O investimento em carne plant-based é melhor para o clima, conforme um relatório da Boston Consulting Group (BCG). A iniciativa constatou que o impacto do capital empregado em proteínas plant-based é maior que em outros setores como edifícios verdes e transportes que emitem zero carbono.
Investimento em carne plant-based é o melhor para o clima
Foi descoberto que cada dólar investido nas proteínas plant-based, causa 11 vezes mais redução de gases de efeito estufa em comparação com os carros de emissão zero, 7 vezes mais do que os edifícios verdes (locais que reduzem o consumo de recursos naturais) e 3 vezes mais do que o cimento verde (emite menos CO2 do que o concreto).
“Houve muitos investimentos em veículos elétricos, turbinas eólicas e painéis solares, o que é ótimo e útil para reduzir as emissões, mas ainda não vimos investimentos comparáveis [em proteínas alternativas], embora estejam aumentando rapidamente. Se você realmente se importa com o impacto como investidor, essa é uma área que você definitivamente precisa entender”, mencionou Malte Clausen, sócio do BCG para o The Guardian.
Para ter uma ideia, o relatório apontou que os edifícios verdes receberam 4,4 vezes mais capital para a redução das emissões do que a produção alimentícia, porém, causam 57% menos emissões do que essa indústria.
Uma pesquisa da Nature Food, também abordou o assunto da alimentação plant-based, informado que a carne é responsável por 57% das emissões de gases de efeito estufa, enquanto os alimentos à base de plantas só são responsáveis por 29% dessas emissões.
Outro estudo da Nature Food citou que se os países mais ricos mudasse sua alimentação para a plant-based as emissões de gás carbônico poderiam ser reduzidas em até 61%! Portanto, podemos perceber o grande impacto da indústria.
Apesar disso, os investimentos no setor de proteínas alternativas estão aumentando.
Segundo o The Good Food Institute, em uma análise realizada por meio da plataforma PitchBook Data que provê dados financeiros, os negócios conquistaram US$ 5 bilhões em investimentos divulgados no ano de 2021. Aqui US$ 1,9 bilhão foram para as empresas plant-based, US$ 1,7 bilhão para fermentação e US$ 1,4 bilhão para as carnes e frutos do mar cultivados.
Em uma comparação rápida com 2020, temos um investimento total de US$ 3,1 bilhões (diferença positiva de US$ 1,9 bilhão entre os períodos).
“Considerando a escala de reduções de emissões que ocorreriam com uma mudança para proteínas alternativas, este é um momento crítico para investir em tecnologias e inovações que podem levar nosso sistema alimentar a zero líquido e rápido […]”, comentou Caroline Bushnell no comunicado, vice-presidente de engajamento corporativo do GFI.
Os consumidores e as proteínas alternativas
O relatório da BCG também citou uma pesquisa feita por eles e a Blue Horizon em 2022, contando com a participação de mais de 3.700 pessoas de sete países: Estados Unidos, França, Alemanha, Espanha, Reino Unido, Emirados Árabes Unidos e China.
Os resultados foram os seguintes: 76% dos consumidores mencionaram estar familiarizados com as proteínas alternativas, enquanto 50% afirmaram terem aumentado seu consumo desses produtos durante a pandemia, principalmente devido a maior consciência a respeito da saúde.
Além disso, três quartos dos participantes afirmaram que o principal motivo para consumir esses alimentos é ter uma dieta mais saudável, enquanto 30% modificaria totalmente sua alimentação para as proteínas alternativas caso acreditassem que isso traria um grande impacto positivo no clima.
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*Imagem ilustrativa de capa: Unsplash