Você sabia que a carne é responsável por quase 60% dos gases de efeito estufa na alimentação?

É isso que um estudo publicado na revista científica, Nature Food, descobriu.

Conforme as Nações Unidas, a produção de alimentos de plantas e animais precisa aumentar 70% até 2050 (fazendo uma relação com 2009) para atender a demanda por alimentação. Logo, aqui podemos verificar que isso vai aumentar a demanda por alimentos e pode ser perigoso para o clima. 

Essa notícia foi divulgada no The Guardian, veículo onde o cientista alimentar e co-autor da pesquisa, Atul Jain, afirmou: “Este estudo mostra todo o ciclo do sistema de produção de alimentos, e os legisladores podem querer usar os resultados para pensar sobre como controlar as emissões de gases de efeito estufa”. 

Os gases de efeito estufa na alimentação 

O estudo se chama “Global greenhouse gas emissions from animal-based foods are twice those of plant-based foods”, em tradução livre “As emissões globais de gases de efeito estufa de alimentos de origem animal são o dobro das de alimentos de origem vegetal”, já mostrando aí o tamanho do problema ambiental. 

Nele, é mostrado os 10 alimentos que mais emitem gases de efeito estufa, tanto de derivados de animais quanto de alimentos vegetais. 

Os produtos derivados de animais que mais causam emissões de gases de efeito estufa são: 

  • Bife 
  • Leite de vaca
  • Porco

Em resultados gerais sobre a produção de alimentos: 

  • 57% das emissões são de ração e carne animal
  • 29% são dos alimentos plant-based 

Dessas estatísticas, já dá para perceber que existe uma grande diferença (a carne emite 28% mais do que as plantas). 

Comida vegana

Imagem de comida vegana: Pexels

Outros problemas de utilizar os animais para a alimentação

Se você pensa que acabou, ainda não. 

Existem outros problemas ambientais associados a alimentação com derivados de animais, que vão além dos gases de efeito estufa. 

Um deles é o desmatamento — os animais precisam de terra para o pasto e diversas árvores são derrubadas para criar essas áreas — além disso, o estudo afirmou que a maior parte das terras agrícolas de todo o mundo são utilizadas para criar ração para os animais. 

Outra questão é a liberação de metano pelo gado. Isso ocorre por meio do sistema digestório desses animais, pois ao transformar o capim em seus nutrientes, um subproduto é o gás metano. 

Outro pesquisador do estudo, Xiaoming Xu, também explicou ao The Guardian que é necessário considerar tudo, já que é preciso gerar emissões só para ração desses animais: “Você precisa de mais biomassa para alimentar os animais de modo a obter a mesma quantidade de calorias”. 

Vaca se alimentando no pasto

Imagem de vaca se alimentando: Pexels

Mudança de dieta para proteger o clima 

Falamos aqui no Vegan Business que ONGs já estão desenvolvendo ações, visando incentivar as pessoas a mudarem seus pratos e salvar o clima. 

Portanto, é importante refletir que ao mudar sua dieta você pode ajudar a mitigar as mudanças climáticas. 

O pesquisador Atul Jain contou ao veículo que é estritamente vegetariano, mas parte da motivação para esse estudo derivou da curiosidade de conhecer mais a respeito de sua pegada de carbono. 

Ele afirmou que a intenção não é forçar as pessoas a mudarem suas dietas, essa é uma escolha pessoal. Mas, quem está preocupado com a mudança climática, deve considerar seriamente essa possibilidade.  

Afinal, proteger os animais auxilia o clima e, em consequência, muda todo o nosso futuro. 

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*Imagem de capa: Pexels

Por Amanda Stucchi em 22 de outubro
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