O Japão está avançando na regulamentação da carne cultivada, com o governo tendo iniciado o processo de aprovação na região. Atualmente, o produto é aprovado para comercialização somente em Cingapura, sendo que a primeira vez que a carne cultivada foi provada pela população foi no estabelecimento 1880, onde a Eat Just comercializou o produto no dia 19 de dezembro de 2020. 

O avanço na regulamentação da carne cultivada no Japão 

Conforme o Japan News, uma equipe de especialistas será criada nesse ano fiscal, estabelecida pelo Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar, visando estudar a segurança do produto para decidir quais regulamentações podem ser necessárias. A verificação de riscos do produto é um passo importante para a industrialização da carne cultivada. 

É informado que a equipe de especialistas desenvolverá um relatório sobre essas questões abordando, por exemplo, a possibilidade de contaminação com substâncias tóxicas durante o processo de cultivo e os efeitos na saúde humana. Dessa forma, o ministério discutirá maneiras de garantir a segurança do produto, baseado no relatório e em regulamentos sobre a carne cultivada feitos em outros países. 

Atualmente, o Ministério não considera a carne cultivada como carne pela legislação, dessa forma, ainda não existem regras claras para os produtores seguirem. 

Devemos ressaltar que a carne cultivada ainda é um produto considerado novo: o primeiro hambúrguer cultivado foi apresentado por Mark Post em 2013, naquela época com custo estimado de US$ 375 mil. 

Felizmente, os custos do produto diminuíram drasticamente desde sua criação, pois a empresa holandesa Mosa Meat, criada por Mark Post e Peter Verstrate, atingiu um custo projetado de € 9 por hambúrguer, segundo a Sifted em matéria do final de 2020.  

Empresas japonesas desse segmento

Alguns exemplos de empresas japonesas trabalhando nesse setor são: 

“Continuaremos a desenvolver tecnologias para alcançar nossa missão, utilizando recursos biológicos com tecnologia para criar uma infraestrutura social saudável e, finalmente, tornar a carne cultivada uma realidade em 2022. Estou animado para ver um mundo onde novas culturas de alimentos nascem”, comentou Yuki Hanyu (CEO da IntegriCulture) em um comunicado

Aqui no Brasil 

Agora que você já sabe a situação no Japão, falaremos sobre o nosso país. 

A BRF fez uma parceria com a Aleph Farms, startup israelense especializada em carne cultivada, o objetivo é trazer a carne cultivada para o Brasil entre 2024 e 2025, a depender da aprovação regulatória. A CNN relatou no ano passado essa notícia, explicando que as reuniões já estavam acontecendo. 

Por enquanto, não temos uma previsão exata para a aprovação regulatória, mas, vale dizer que já temos empresas brasileiras de carne cultivada. Quer saber quais são? 

  • Ambi Realfood — fundada por Bibiane Matte, o empreendimento é considerado a primeira startup de carne cultivada brasileira, tendo levantado R$ 200 mil ao vencer um edital da  Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) em 2020. 
  • Sustineri Piscis — fundada por Marcelo Szpilman com outros sócios, a foodtech brasileira de peixe cultivado obteve um investimento recente de valor não divulgado em uma rodada pré-seed. Atualmente, consegue produzir cinco tipos de peixes cultivados: linguado, garoupa, tainha, cherne e robalo, com objetivo de produzir um nugget de peixe até o final desse ano.

Portanto, podemos perceber que em vários países estão ocorrendo movimentações nesse setor. Dessa forma, vamos ficar atentos às próximas novidades de aprovações regulatórias e comercialização da carne cultivada!

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*Imagem de capa: Divulgação IntegriCulture 

Por Amanda Stucchi em 21 de junho
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