Você sabia que 84% das empresas brasileiras desejam ter mais ingredientes nacionais para desenvolver produtos vegetais?
O estudo “Oportunidades e desafios na produção de produtos feitos de plantas análogos aos produtos animais”, realizado pelo The Good Food Institute Brasil em novembro de 2021, trouxe essa informação.
É apontado que o desenvolvimento de matérias-primas e ingredientes nacionais foi considerado a maior prioridade pelas empresas. Afinal, quando há poucas opções desses produtos é necessário importar, por consequência, isso aumenta o preço final para o consumidor, limitando o acesso dos brasileiros aos produtos análogos à base de plantas.
Além do aumento de preço também existem outras dificuldades: volatilidade das moedas estrangeiras e o tempo de espera pela entrega do produto. A pandemia também adicionou um agravante nesse sentido, aumentando o período de entrega.
Para chegar a esse resultado, a pesquisa contou com a participação de 21 empresas que atuam na indústria plant-based brasileira. A maioria dos respondentes (72%) trabalhavam em cargos de direção, gerência ou eram sócios.
As prioridades de pesquisa para o mercado plant-based brasileiro
A pesquisa também fez um ranking sobre as prioridades de pesquisa para esse mercado, por ordem de importância. Quer conhecê-las?
- Desenvolvimento de matérias-primas e ingredientes nacionais (84%).
- Matérias-primas e ingredientes com melhores funcionalidades tecnológicas (72%).
- Aumentar a oferta de ingredientes que mimetizam o sabor característico em produtos feitos de plantas (68%).
- Pesquisar novos processos e ingredientes para obter um produto final com apelo clean label (64%).
- Ampliar soluções para obter um produto final com características nutricionais desejadas (64%).
- Aumentar a oferta de ingredientes que mimetizam a textura característica em produtos feitos de plantas (64%).
- Aumentar a oferta de ingredientes que mimetizam a gordura dos produtos tradicionais (64%).
Imagem ilustrativa: Pexels
Ingredientes nacionais para produtos vegetais
Felizmente, o Brasil é um território gigante — com mais de 8 milhões de km² — todo esse tamanho se reflete em muita biodiversidade.
O GFI relatou que o nosso país tem 20% da biodiversidade mundial e afirmou: “Utilizá-la dentro dos princípios da bioeconomia para desenvolver novos produtos e ingredientes pode aumentar a oferta nacional de alimentos, levar o país a liderar o mercado internacional com sabores únicos, além de contribuir para a preservação do meio ambiente e a geração de renda para a economia local”.
Para impulsar a pesquisa — algo fundamental em todos os mercados — a instituição criou o Projeto Biomas, que visa atender a demanda dos produtos à base de plantas produzidos com ingredientes nacionais.
Gustavo Guadagnini, managing director do The Good Food Institute, falou para o Vegan Business em nossa matéria sobre a instituição: “[…] A primeira leva de projetos financiados começa a ser executada agora em 2022, com estudos sobre baru, castanha do brasil, babaçu, macaúba, cupuaçu, guaraná e pequi. Todos os nossos projetos têm como objetivo criar novos ingredientes que possam ser utilizados pela indústria de proteínas alternativas, compondo substitutos de carne”.
O sabor e a tecnologia
As outras duas maiores demandas de pesquisa eram as matérias-primas e ingredientes com melhores funcionalidades tecnológicas (72%) e aumentar a oferta de ingredientes que mimetizam o sabor característico em produtos feitos de plantas (68%).
O primeiro faz referência ao fato de que é necessário explorarmos mais a tecnologia para criarmos produtos plant-based cada vez melhores, já que a experiência sensorial é essencial para as necessidades do mercado: as pessoas querem queijos vegetais que derretam e sorvetes cremosos para provar.
Dessa forma, é preciso ter ingredientes que imitam (ou são idênticos) à essas características sensoriais, enquanto ocorre a redução das gorduras saturadas sem perder a sensação do alimento e funcionalidade.
Por último, ter ingredientes com sabor, aroma e textura melhor ou igual aos dos produtos ditos tradicionais, é uma demanda de 68% das empresas.
Como vimos, isso vai lado a lado com a tecnologia — quanto mais tecnologia, mais poderemos ter ingredientes para esses produtos — já que a construção desse sabor deve ser o mais natural possível e realizado de maneira integrada.
Para ler o relatório completo, acesse: Oportunidades e Desafios na Produção de Produtos Feitos de Plantas Análogos aos Produtos Animais.
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*Imagem de capa: Pixabay
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