A marca de proteína à base de fungos, Kernel Mycofoods™, localizada na Argentina, levantou US$ 15 milhões e também anunciou um possível IPO em 2022. 

Um grande stakeholder da empresa é o Union Group Ventures — conglomerado privado que possui participações significativas em empresas — é esse grupo que vai viabilizar as fábricas do Kernel Mycofoods e também apoiar seu IPO. 

Outros planos são: fazer parcerias estratégicas com produtores de alimentos, ter uma capacidade de produção de mais de 50 mil toneladas por ano em até 5 anos, conseguir mais patentes em 2022 e inovar na sua primeira instalação.

O diretor do Union Group Ventures, Oscar Leon, acrescentou em um comunicado: “Estamos muito satisfeitos em apoiar a visão do Kernel de se tornar o futuro dos alimentos”.  

A tecnologia da marca de proteína à base de fungos 

A empresa utiliza o fungo Fusarium venenatum  para produzir a proteína que tem o mesmo nome da marca. 

A equipe do Kernel Mycofoods é interdisciplinar, tem biólogos, químicos, engenheiros, físicos e programadores que trabalham para otimizar o processo de produção do produto. 

São utilizados a Inteligência artificial e a robótica, assim, é possível realizar experimentações, análises e otimizações automáticas. Fazendo isso, a empresa consegue aprimorar as técnicas de fermentação de fungos de cepas existentes e aprovadas, o que melhora a escalabilidade, estrutura e custo. 

Um parceiro importante para a inovação é o VTT Research, uma das instituições de pesquisa líder da Europa que está localizada na Finlândia, esse ano falamos sobre sua pesquisa de folhas de couro de cogumelo por metro

Lucas Gago, diretor de operações do Kernel Mycofoods, destacou no comunicado: “A biotecnologia e a IA [Inteligência artificial] estão começando a convergir e, aproveitando-as, reduziremos o preço e o tempo de entrada no mercado”. 

Além disso, Miguel Neumann, diretor financeiro da empresa, também informou que a marca ultrapassou os US$ 250 milhões em pedidos de produtos e irão começar a enviá-los no início de 2022. 

É informado que a proteína do Kernel possui nove aminoácidos essenciais, não é geneticamente modificada e nem contém glúten.  

Ademais, o sabor é neutro (ou seja, pode servir tanto para refeições doces quanto salgadas), textura que lembra a carne e atende diversos fabricantes de alimentos: hambúrgueres, bifes, drinks, sorvetes e salgadinhos. A empresa escreveu que “tudo é possível”. 

Mercado de proteínas alternativas 

Você quer saber mais como está o mercado de proteínas alternativas? 

Conforme o Meticulous Research, está previsto que esse mercado chegue à US$ 27,05 bilhões até 2027, crescendo a um CAGR de 11,2% entre o período de 2020 a 2027. 

É afirmado que o coronavírus impulsionou esse mercado, fazendo com que as pessoas ficassem mais atentas às infecções virais zoonóticas. É dito: “Do ponto de vista da fabricação e distribuição, esta indústria tem enfrentado uma demanda sem precedentes de fabricantes e consumidores, especialmente para alguns produtos, como análogos de carne e leite vegetal”. 

Outra pesquisa que se relaciona com esse estudo é o relatório da FAIRR Intiative, Appetite for Dirsruption, já falamos aqui no Vegan Business sobre esse assunto. 

É revelado que 28% dos grandes varejistas e fabricantes globais de alimentos (7 dos 25 analisados) desejam expandir seu portfólio de proteínas alternativas, sendo que em 2018 esse número era inexistente. 

Pensando nisso, as empresas que desenvolvem ingredientes de proteínas alternativas e comercializam para outras marcas podem ser cada vez mais procuradas. 

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*Imagem de capa: Reprodução Kernel Mycofoods / via Instagram @kernel.mycofoods

Por Amanda Stucchi em 23 de dezembro
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