O governo do Reino Unido investiu £ 1 milhão na Roslin Technologies, empresa de biotecnologia escocesa que está focando em carne cultivada. 

Algo surpreendente é que a empresa é conectada com o Roslin Institute, da universidade de Edimburgo, o lar da ovelha Dolly, primeiro mamífero clonado a partir de uma célula adulta. 

Conforme informações da Vegconomist, o valor levantado será utilizado para investir em um programa de desenvolvimento e comercialização do portfólio de células-tronco para empresas de alimentos globalmente. 

Vale dizer que o dinheiro que a Roslin Technologies recebeu veio do programa Transforming Food Production — essa é uma competição que procura transformar a produção de alimentos em net zero até 2040 — além do fundo British Innovation Fund. 

Ernst van Orsouw,  CEO da Roslin Technologies, falou ao The Scotsman: “Há algo a ser dito sobre estar no lugar certo na hora certa nos negócios — nossa nova tecnologia de célula é a maneira como o mundo pode ajudar a superar alguns dos desafios mais importantes que enfrenta, especialmente em relação à sustentabilidade e às mudanças climáticas. Estamos engajados com produtores de carne cultivada em todo o mundo para impulsionar a adoção”. 

Carne limpa pode auxiliar o clima

A carne cultivada é uma solução buscada por auxiliar no clima. 

Conforme uma notícia da BBC, com dados da Global Carbon Project, 52,74% das emissões de carbono ocorreram nos últimos 30 anos. Isso representa mais da metade. 

Portanto, a humanidade está procurando várias soluções para combater esse problema — seja desenvolvendo carros elétricos, procurando fontes de energia limpa e até modificar o sistema alimentar — a carne cultivada se enquadra nesse último. 

Um estudo disponibilizado na revista científica Nature, que aborda os desafios científicos, de sustentabilidade e regulatórios da carne cultivada toca nesse ponto. 

É previsto que as emissões de gases de efeito estufa, consumo de água e uso de terra seriam mais eficientes do que a carne de origem animal. Porém, esse tipo de produção poderia utilizar mais energia — dessa forma, é necessário usar a energia limpa para ser completamente sustentável. 

Mesmo assim, essa já seria uma forma de auxiliar no combate aos gases de efeito estufa. 

Já falamos aqui no Vegan Business que 57% das emissões de gases de efeito estufa são provenientes de ração e carne animal, conforme outro estudo veiculado na Nature. 

Portanto, essas inovações possuem um papel na sustentabilidade do planeta. 

Curiosidade: qual empresa mais investiu em carne cultivada? 

Muitos investidores estão aproveitando para investir na carne cultivada. 

Essa indústria levantou US$ 366 milhões em 2020, conforme apontou o relatório do Good Food Institute, sendo que o valor investido de 2019 para 2020 aumentou em 487%. A pesquisa também relatou que a Agronomics é um dos maiores investidores desse cenário, tendo aportado em seis marcas do setor.  

Entretanto, as celebridades também estão aproveitando para investir na indústria, por exemplo, Ashton Kutcher que aportou na MeaTech e Leonardo DiCaprio que investiu na Mosa Meat e Aleph Farms. 

Leonardo DiCaprio disse em um comunicado: “A Mosa Meat e a Aleph Farms oferecem novas maneiras de satisfazer a demanda mundial por carne bovina, enquanto resolvem algumas das questões mais prementes da atual produção industrial de carne bovina”. 

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*Imagem de capa: Pexels

Por Amanda Stucchi em 9 de novembro
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