Você sabia que o mercado de carne cultivada com células poderá atingir US$ 25 bilhões até 2030, segundo a consultoria McKinsey? Por enquanto, o único país que pode comercializar carne cultivada com células é Cingapura, porém, já estão ocorrendo movimentações em outros países para mudar essa situação. Nos Estados Unidos, órgãos reguladores já anunciaram acordos para regulamentar esse produto, enquanto na União Europeia houve a concessão de uma bolsa de pesquisa multimilionária sobre o assunto, e no Brasil é possível que esse produto chegue entre 2024 e 2025.
Entretanto, há certas questões a serem consideradas para uma previsão dessas. Conforme trecho do artigo da McKinsey: “Muita coisa precisa acontecer para a carne cultivada se tornar uma grande indústria – inclusive dezenas de bilhões de dólares precisam ser gastos para escalá-la a, até mesmo, 1% do mercado global de proteínas. O foco da próxima década, provavelmente, será provar a viabilidade comercial, com penetração modesta no mercado”.
Alguns fatores que podem influenciar nesse resultado são:
- A aceitação do consumidor – verificar se os consumidores irão se alimentar do produto. É preciso diminuir suas preocupações quanto ao novo alimento.
- Os riscos – a indústria deve pensar como ela irá tratar as preocupações com a saúde, segurança, empregos e possíveis efeitos econômicos em cascata;
- Posição de custo – oferecer a carne cultivada com células a um preço que o alimento se torne competitivo no mercado, deixando-a mais barata do que a carne de origem animal e, assim, aumentando sua demanda;
- Resposta política – como dito anteriormente, é necessário que os países aprovem a comercialização desse alimento. Por isso, é preciso verificar como os países e regiões irão lidar com o desenvolvimento dessa indústria nova;
- Fornecimento – A carne cultivada deve ser produzida de forma suficiente para conseguir fazer parte da economia de larga escala, afinal, se houver pouca produção há pouca compra;
Mercado de carne cultivada com células nos Estados Unidos: o produto vai chegar esse ano?
A startup Upside Foods, anteriormente chamada de Memphis Meat, que recebeu investimentos de grandes empresas como a Cargill e a Tyson Foods, deseja lançar comercialmente seu frango feito com células. Entretanto, a empresa ainda depende da regulação dos Estados Unidos para comercializar no país, pois precisa de uma permissão da Food Safety and Inspection Service (FSIS da USDA), assim como outras empresas que desejam comercializar a carne cultivada com células.
Para a Food Safety and Inspection Service aprovar o comércio, também é necessário ter uma estrutura regulatória para governar esse alimento, que está em processo de elaboração. Além da FSIS a Food and Drug Administration (FDA) também deve aprovar o comércio dessa carne e, em março de 2019, essas instituições concordaram na definição do que cada uma irá aprovar: a FDA irá regulamentar a coleta e o crescimento de células cultivadas, enquanto a USDA regulará a produção da carne, supervisionando após o colhimento das células, isso inclui, por exemplo, considerações na rotulagem das carnes e processamentos adicionais de células em produtos prontos para o varejo. Em 2020 também começaram a definir os pontos mais sutis de suas áreas de responsabilidade.
Ao The Counter, a FSIS disse: “FSIS e FDA estão trabalhando ativamente para desenvolver os processos e procedimentos para a produção segura de produtos alimentares para humanos feitos com tecnologia de cultura de células em suas respectivas jurisdições, mas não temos um prazo para quando este trabalho será concluído”.
Considerando essa afirmação, é provável que a Upside Foods ainda não consiga comercializar o produto nos Estados Unidos esse ano. Porém, segundo o relatório da McKinsey, é possível perceber o quanto esse mercado poderá ser promissor.
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*Imagem de capa: Unsplash
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