Christian Wolthers, fundador da Vegan Business, realizou uma palestra na 1ª Feira de alimentos plant based no dia 06 de junho. No evento, realizado pela AGN Consultoria, o empresário e investidor anjo explicou como as pessoas podem participar de investimentos em negócios baseados em plantas, aqui vamos falar um pouquinho sobre os pontos abordados 🙂 

Feira de Alimentos Plant based
Imagem: crédito ao fotógrafo Caio Fernandes Gomes Luccas / Divulgação AGN Consultoria

A mudança em sua alimentação veio em decorrência da chegada de sua filha, já que em 2017 recebeu a notícia de que seria pai: “A partir daquele dia decidi que mudaria uma série de coisas na minha vida, uma delas era transitar para uma alimentação plant-based  e livre de crueldade. Além de começar a olhar um pouco para as outras áreas que eu poderia estar atuando de uma maneira mais sustentável”, contou. 

Sua esposa também embarcou nessa mudança de estilo de vida e sua filha nasceu dentro do contexto de uma família vegana. Dessa forma, ele começou a olhar para o mercado plant-based e a tentar entender como poderia apoiar a causa. 

Com o objetivo de entender como poderia gerar esse impacto, buscou mentores e conheceu  T. Colin Campbell, autor do livro reconhecido The China Study, nele o estudioso aborda os benefícios de uma dieta baseada em vegetais e nos alimentos integrais, mencionando as consequências do consumo de alimentos de origem animal. 

“Tive o prazer de conhecer o autor da pesquisa para entender se eu iria para a academia estudar nutrição e tentava gerar algum tipo de impacto através disso ou não”, afirmou Christian Wolthers

O autor sugeriu que ele seguisse no que sabia fazer: empreender, pois se ele começasse a entrar no mundo acadêmico isso demandaria mais tempo.

Christian Wolthers falando sobre investimentos
Imagem de Christian Wolthers falando sobre investimentos: Reprodução Vegan Business

O começo da Vegan Business

Sabendo construir um produto a partir da audiência, o empreendedor começou a jornada do Vegan Business com sua sócia Nádia Gonçalves no ano de 2018, ambos estavam olhando para o mercado plant-based e querendo gerar impacto. 

A partir disso, perceberam que havia muito conteúdo focado no bem-estar animal, porém, pouca coisa falando sobre empreendedorismo à base de plantas,  fundos de venture capital focados nesse setor e a respeito das inovações que estavam ocorrendo. 

Ao visitar o exterior, o empreendedor percebeu que na Inglaterra havia mais opções de leites à base de aveia e de origem vegetal do que leites tradicionais, enquanto em Los Angeles começou a ver a opção de pedir um hambúrguer com carne vegetal da Impossible Foods ou Beyond Meat em 2018. 

“Percebi que estava acontecendo algo que, obviamente, na minha visão, não ia ser só uma modinha e, sim, se transformar em algo mainstream. Eu pensei que de alguma maneira ou outra, comunicando isso em português, falando sobre esse mercado no Brasil, isso poderia gerar uma oportunidade lá na frente”, mencionou. 

Com quase cem mil leitores mensais, a plataforma de conteúdo fez com que houvesse um volume de pessoas interessadas nesse mercado. 

Os investimentos plant-based de Christian Wolthers 

Christian Wolthers decidiu direcionar seus investimentos para apenas negócios plant-based em 2019, tendo realizado seu primeiro investimento na Super Vegan, marca de chocolates vegano criada por Juliana Salgado. 

“Basicamente, minha tese era: vou tentar encontrar algo que eu sou completamente apaixonado, buscar o fundador ou a fundadora e me envolver para apoiar o crescimento dessa marca”, destacou. 

Na época, a Super Vegan era uma marca pequena e hoje está se transformando em uma das principais marcas de chocolate vegano no Brasil, estando presente em todos os estados do país. 

Em 2020, surgiu a oportunidade de representar o Veg Capital, fundo de venture capital britânico aqui no Brasil. 

Ao conhecer tantos fundadores incríveis, ele desejou participar de outros negócios como investidor, relatando: “Mas nem tudo cabia ou no meu bolso como anjo, ou na tese do fundo que representava”. 

A transformação para plataforma de Equity Crowdfunding 

No final de 2020, Christian acordou com a ideia de transformar a Vegan Business em uma plataforma de equity crowdfunding, modelo de captação de recursos que conecta os investidores a startups e pequenas empresas com potencial de expansão alto. Nesse caso, as empresas recebem investimento, enquanto os investidores obtêm participação nos negócios em forma de quotas/ações ou títulos conversíveis. 

É necessário ressaltar que o equity crowdfunding é considerado um investimento de risco, porém, o potencial de retorno é um grande atrativo caso a empresa obtenha sucesso. 

Ao contar para os sócios — Nádia Gonçalves e Grant Lingel  — ambos toparam imediatamente. 

“Assim, começou um início de estudo para entender o que era preciso para se tornar, de fato, uma financeira. Liguei para o meu advogado, ele falou que precisava de muita coisa, é um processo regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM),  que regula todo esse mercado financeiro, mas ainda assim a gente não desistiu e em janeiro do ano passado, iniciamos um processo de registro na CVM para se transformar na primeira plataforma de equity crowdfunding focado exclusivamente no mercado plant-based, não só no Brasil, mas no mundo”, explicou. 

Sócios do Vegan Business
Imagem: Divulgação Vegan Business

O processo acabou dando certo! Em outubro de 2021, a Vegan Business foi registrada como plataforma de Equity Crowdfunding pela CVM! 

A tese da Vegan Business envolve exclusivamente as empresas livres de crueldade animal, portanto, o empreendedor adicionou que o contrato de parceria com as empresas que captam pela plataforma garante a não expansão de produtos ou serviços que possuem algo de composição animal. Logo, são negócios que nascem veganos e tem a vontade de continuar sendo. 

A Vegan Business realiza toda a curadoria e diligência: “Temos um grande time jurídico, fazemos diligência contábil, uma verdadeira investigação na empresa para ver se ela tem o que precisa para receber investimentos”, adicionou. 

O objetivo da plataforma é democratizar os investimentos nas empresas à base de plantas, já que um negócio na fase pré-seed pode ter mais dificuldade em levantar capital, a menos que já tenha um relacionamento forte com investidores ou se conheça muitas pessoas. 

Até o momento, a Vegan Business já realizou três rodadas: 

  • Chameleon Sun — a marca de protetor solar vegano levantou R$ 505 mil em menos de uma hora. 
  • Purifica — a empresa de leite vegetal captou R$ 375 mil em cerca de uma hora. 
  • Novah! — a startup de alimentos à base de castanha de caju conquistou R$ 600 mil em apenas 9 horas. 

“Eu tenho o prazer de ser investidor em todas essas empresas, a Vegan Business investe em todas as rodadas, então, o nosso negócio é de fato skin in the game”, comentou. 

Esse ano, serão realizadas oito rodadas por meio da plataforma — portanto, terá mais cinco negócios captando até o final de 2022 — para ficar atento às novidades, você pode participar da lista de investidores da Vegan Business

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*Imagem de capa: Divulgação Vegan Business

Por Amanda Stucchi em 9 de junho
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