A empresa californiana The Better Meat Co., especializada em alternativas sustentáveis às proteínas animais utilizando fermentação de biomassa e fungos, anunciou uma redução significativa no custo de seu principal ingrediente, a micoproteína Rhiza.

A BMC explicou que conseguiu realizar 100 colheitas bem-sucedidas em seu sistema de fermentação de grande escala, com capacidade de 9.000 litros, em sua planta piloto em Sacramento. Essa produção em larga escala reduziu consideravelmente o custo final da Rhiza, alcançando paridade de custo com a carne bovina.

A Rhiza possui uma textura semelhante à carne e um perfil nutricional único: oferece mais proteínas que ovos, mais ferro e zinco que carne bovina, mais fibras que aveia e mais potássio que bananas. Além disso, é naturalmente amigável para alérgicos e livre de colesterol, gorduras saturadas e trans.

Biomanufatura econômica

A BMC afirma que pode produzir micoproteína do “início à colheita” em apenas algumas horas, uma grande diferença em comparação aos meses ou anos necessários para a criação de gado. No entanto, a biomanufatura enfrenta o desafio de produção de custos, tornando os produtos tão acessíveis quanto a carne produzida em massa.

Segundo a BMC, sua equipe de P&D focou em otimizar o meio (matéria-prima) e aumentar o rendimento do micélio no último ano para tornar o processo de produção mais eficiente, conseguindo uma redução total de custo de mais de 30% em grande escala.

Além disso, combinando essa otimização do meio com avanços na seleção de cepas, cruzamento e métodos inovadores de fermentação, a BMC diz ter produzido 68% mais Rhiza no mesmo período em comparação ao ano anterior. Adicionalmente, a BMC demonstrou com sucesso a capacidade de operar seu processo de fermentação em vários modos, incluindo batelada, semi-contínuo e contínuo, “um grande avanço que oferece tremenda versatilidade e eficiência para a produção comercial.”

Agricultura microbiana para fazer carne

Fundada em 2018 para produzir proteínas sustentáveis e livres de animais, a BMC conta com uma equipe de mais de 20 cientistas, engenheiros e chefs. Até o momento, a Better Meat captou US$ 9.6 milhões em investimentos.

Estabelecida como uma empresa de ingredientes B2B, oferece Rhiza para fabricantes que desejam criar produtos híbridos ou alternativas 100% livres de carne. Para demonstrar as múltiplas aplicações do ingrediente, desenvolveu bifes, fatias de peru, foie gras, filés de frango, bacon, salsichas, jerky e beef Wellington.

No ano passado, a BMC e a empresa israelense Oshi (anteriormente Plantish) receberam um subsídio de US$ 1 milhão da Fundação BIRD para desenvolver filés de salmão à base de micoproteína. A revista TIME a nomeou como uma das principais empresas de tecnologia verde dos Estados Unidos neste ano.

Paul Shapiro, CEO da The Better Meat Co., afirma: “Para alimentar a humanidade sem destruir o planeta, em vez de expandir a criação de animais, devemos focar na agricultura microbiana, e provamos que podemos fazer isso de forma econômica.”

A Better Meat Co. é membro fundadora da Fungi Protein Association (FPA).

Confira a matéria publicada na vegconomist.

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