Um relatório recente sobre o setor de proteínas alternativas na Catalunha, divulgado pela agência pública Catalonia Trade & Investment, revela que a indústria local é composta por 103 empresas, empregando cerca de 1.000 pessoas e gerando, juntas, uma receita de €269 milhões.
Com um mercado global que pode alcançar US$ 1 trilhão até 2040, o relatório destaca que a Catalunha está bem posicionada para aproveitar essa grande oportunidade, graças à sua comunidade de inovadores no setor alimentício, que inclui desde pequenas startups até empresas consolidadas de carne e laticínios, além de fornecedores de ingredientes.
Apesar das recentes incertezas econômicas, os autores do relatório mantêm uma perspectiva positiva para o setor de alimentos plant-based, citando a demanda contínua dos consumidores, o crescimento em mercados emergentes e as melhorias inovadoras nos produtos como fatores-chave.
“Em 2023, a receita gerada pelo mercado de substitutos de carne (carne plant-based) na União Europeia (UE-27) foi de cerca de US$ 1,96 bilhão. Até 2028, esse valor deve superar os três bilhões de dólares”, destaca o relatório.
Um setor em expansão
O ecossistema da Catalunha inclui produtores, organizações empresariais, associações, clusters, plataformas de transferência de tecnologia e incubadoras. Universidades, centros de pesquisa, feiras e conferências como Alimentaria e BioCultura, que se concentram neste setor, também são partes essenciais do ecossistema.
De acordo com o relatório, o setor está em “clara expansão”, com 36,9% das empresas tendo menos de dez anos de existência, mais de dois terços (68%) são pequenas e médias empresas (PMEs), e 10,7% são startups.
Quase 70% dessas empresas são exportadoras, com mais da metade exportando regularmente, e 14,6% são subsidiárias catalãs de empresas estrangeiras, destacando o caráter internacional do setor. O relatório cita como estudos de caso as empresas de carne vegetal Heura e AlterVego, além da startup de fermentação de precisão Real Deal Milk.
Em relação ao interesse governamental, a Catalunha investiu €7 milhões no primeiro Centro de Inovação em Proteínas Alternativas da Espanha, o CiPA. O centro é voltado para pesquisa e inovação em áreas como produção de biomassa, extração de proteínas vegetais, funcionalização de ingredientes, avaliação de segurança, protótipos alimentares e redução de desperdício de alimentos.
Além disso, no início deste ano, o governo da Catalunha anunciou um investimento de €12 milhões em uma instalação pré-industrial em Alcarràs, Lleida, destinada ao desenvolvimento de ingredientes e alimentos de proteínas alternativas.
Investimento estrangeiro e expansão internacional
A robusta cadeia de valor da região e o ambiente de negócios favorável têm atraído investimentos e inovação significativos. O relatório observa que a empresa alemã HelloFresh está prestes a se lançar em Barcelona, enquanto a sueca Midsona está ampliando os investimentos na Vegetalia para alternativas de carne plant-based.
Enquanto isso, a multinacional japonesa Otsuka está fortalecendo sua subsidiária de nutracêuticos, Nutrition & Santé, e a Natural Gourmet Foods abriu uma instalação de produção e distribuição de carne plant-based.
De acordo com a Catalonia Trade & Investment, com o florescente setor de proteínas alternativas, as empresas da região têm oportunidades de negócios globais devido à crescente demanda de consumidores em países como Singapura, Canadá, China, África do Sul, Austrália, Países Baixos e França. No entanto, o setor enfrenta desafios, como avanços tecnológicos para igualar as capacidades de produção de alimentos tradicionais e inovações na produção de carne cultivada e fermentação.
“É empolgante ver esse ecossistema em crescimento, junto com o investimento governamental em ciência, como foi anunciado pelo governo catalão no final do ano passado. Isso apoia a proliferação de pesquisas e desenvolvimentos de ponta para expandir e aprimorar ainda mais os produtos de proteínas alternativas”, compartilhou o Good Food Institute Europe nas redes sociais.
Confira a matéria publicada na vegconomist.
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