“Até 2028, acreditamos que o leite cultivado em células será uma opção padrão nas prateleiras dos supermercados”, afirma a Senara, uma jovem startup de biotecnologia da Alemanha que recentemente saiu do sigilo revelando uma tecnologia para produzir leite usando células de vaca.

Fundada em Freiburg em 2022 pelos doutores Svenja Dannewitz e Philipp-Prosseda, juntamente com uma equipe de cientistas, a Senara, que opera em escala piloto, afirma ter desenvolvido uma plataforma capaz de cultivar leite a custos mais baixos. A Senara explica que utiliza um processo de seleção para escolher as melhores células do leite (em vez de amostras de animais) para cultivá-las em biorreatores usando um processo contínuo e de alto rendimento que reduz significativamente os custos de produção.

O produto final, “leite real” — não uma alternativa plant-based —, diz-se conter todos os nutrientes essenciais do leite, como lactose, caseína, soro e micronutrientes. Além disso, é livre de bactérias e leveduras e pode ser personalizado para ser mais digestível, gorduroso ou isento de lactose.

Por que o leite cultivado em células?

A Senara argumenta que cultivar leite é uma alternativa sustentável à produção de leite animal que aborda 12 dos 20 objetivos de sustentabilidade da Organização Mundial da Saúde.

“O leite cultivado em células oferece uma solução sustentável para reduzir o impacto ambiental da produção de laticínios, minimizando o uso de terra, as emissões de gases de efeito estufa e os recursos hídricos. Também promove o bem-estar animal eliminando a necessidade de práticas de criação em fábrica”, explica a Dra. Dannewitz, que também é CEO da Senara.

A abordagem da biotecnologia para a produção de leite foi apoiada pela PurpleOrange Ventures, Positron Ventures, Partners in Clime, Black Forest Business Angels e SquareOne Foods.

Além disso, recebeu várias reconhecimentos, incluindo o Prêmio MakeItMatter, uma nomeação final na categoria Science Startups para o Prêmio Falling Walls e vencedor de “Bebida à Base de Células” no World Cell-based Innovation Awards 2023.

Em campos similares, a startup francesa Nūmi (anteriormente MUMilk) também desenvolve leite cultivado em células, mas leite materno humano em vez de leite animal. Recentemente, a startup captou € 3 milhões para facilitar sua próxima fase de pesquisa e desenvolvimento.

“Lembro-me dos meus avós ordenhando as vacas, e agora estou aplicando meus anos de experiência científica para tornar o leite – um bloco nutricional fundamental – sustentável e acessível para o mundo de hoje e as gerações futuras”, compartilha Dannewitz.

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Por Vitor Di Renzo em 15 de dezembro
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