A Pearlita Foods é uma startup estadunidense que se considera a primeira empresa de molúsculos baseada em células do mundo, sendo que a equipe planeja desenvolver as primeiras ostras cultivadas

A empresa foi criada pela Nikita Michelsen (CEO) e Joey Peters (Diretor de Ciência), já tendo recebido um investimento inicial da Sustainable Food Ventures e do fundo de novas proteínas da Big Idea Ventures. 

Joey Peters declarou em um comunicado: “Em vez de colher e matar ostras do mar, nós as cultivamos, usando a agricultura celular. Assim como os animais, estamos criando uma mistura de nutrientes para criar células em um ambiente controlado, livre de doenças ou contaminação química. Ao cultivar células, estamos fornecendo uma nova fonte inexplorada de frutos do mar, destinada a apoiar as populações selvagens, reduzindo o impacto da pesca”. 

Mariliis Holm, cofundadora e sócia da Sustainable Food Ventures, também afirmou: “Estamos muito satisfeitos por poder apoiar a Pearlita, a primeira empresa de ostras baseada em células do mundo com o objetivo de tornar os nossos oceanos e frutos do mar mais limpos e gentis”. 

A localização escolhida para o empreendimento foi o  Research Triangle Park (centro de pesquisa). Nikita explicou a decisão contando que a Carolina do Norte é o segundo maior sistema estuarino dos Estados Unidos — ou seja, é um ambiente aquático de transição entre o rio e o mar — e também é um ambiente com crescimento rápido da biotecnologia e um futuro centro de alimentos. 

Ela destacou: “[…] Estaremos próximos dos ecossistemas onde as ostras prosperam e entre outros empreendedores — acreditamos que ambos irão acelerar o nosso crescimento”.

Fundadores da Pearlita Foods

Imagem dos fundadores: Reprodução Pearlita Foods

As ostras cultivadas e a importância desse alimento

As ostras estão sofrendo muito com as mudanças climáticas. 

Conforme um estudo da Universidade de Nantes, LEMAR e Cerfacs, publicado em 2018, é possível que as mudanças climáticas aumentem os riscos de mortalidade desses animais nos próximos vinte anos. 

O principal autor, Dr. Yoann Thomas, explicou que as ostras são muito sensíveis a essas mudanças climáticas, pois não podem se mover se um local se tornar inóspito. 

Também é afirmado que a mortalidade desses animais pode ser a norma até 2035, mesmo que se siga o acordo de Paris, com o aumento da temperatura global em até 2 graus. 

Além disso, também existe a crueldade animal envolvida na produção das ostras.  A PETA já criou uma matéria com dez motivos para deixar os bivalves viverem (esses são os animais que tem a presença de uma concha), uma delas foi que as ostras se escondem em suas conchas quando sentem que existe perigo e a outra foi que esses animais filtram 50 litros de água por dia. 

Se você quiser ver a filtragem de água de forma visual, a Florida Oceanographic Society criou um vídeo onde colocou dois aquários — um sem animais e outro com ostras — para demonstrar a capacidade de filtragem das ostras em uma hora. 

Isso tudo demonstra o papel desse animal no nosso mundo e os riscos que  está correndo, dessa forma, a opção da ostra cultivada pode auxiliar nesse cenário. 

Por enquanto, não sabemos quando poderemos ver os primeiros protótipos das ostras cultivadas, por isso, ficaremos atentos à quando essa novidade chegará as prateleiras! 

Ostras

Imagem ilustrativa: Unsplash

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*Imagem de capa: Unsplash

Por Amanda Stucchi em 19 de janeiro
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