A JBS, empresa multinacional de origem brasileira, anunciou seus planos de lançar proteína cultivada no mercado europeu em 2024.

A informação veio após a empresa destinar US$ 100 milhões para entrar na indústria de carne cultivada. O valor milionário foi utilizado para adquirir a Biotech Foods (produtora espanhola de carne cultivada), além disso, também será usado para desenvolver um centro de pesquisa e desenvolvimento no Brasil e construir uma fábrica na Espanha com US$ 41 milhões

Na época, Gilberto Tomazoni (CEO Global da JBS), destacou à imprensa

“Esta aquisição reforça nossa estratégia de inovação, desde como desenvolvemos novos produtos até como comercializamos, para atender à crescente demanda global por alimentos. Unindo o conhecimento tecnológico com nossa capacidade de produção, seremos capazes de acelerar o desenvolvimento do mercado de proteína cultivada”. 

Proteína cultivada no mercado europeu: fábrica irá produzir mil toneladas por ano

Eduardo Noronha,  chefe global de RH e excelência operacional da JBS, contou ao Food Navigator ser esperado que a marca produza mil toneladas por ano de proteínas cultivadas com a nova fábrica, atingindo a produção comercial no ano de 2024. Em comparação, a instalação piloto da Biotech Foods produz somente uma tonelada por ano. 

Os primeiros produtos que a empresa pretende comercializar são os hambúrgueres, almôndegas, embutidos e bifes. Além disso, a tecnologia também tem potencial para a produção de carne de frango, suínos e pescados. 

Cenário brasileiro de carne cultivada 

Aqui no Brasil, a JBS irá desenvolver o Centro de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) em Biotecnologia e Proteína Cultivada, cuja inauguração está prevista para 2022, incluindo na segunda etapa uma planta que irá ocupar uma área de 10 mil metros quadrados. 

A iniciativa contará com 25 pesquisadores, com o objetivo de trabalhar no desenvolvimento de tecnologias de ponta para a indústria de alimentos. 

Além disso, já citamos outras empresas que estão mirando no mercado de proteínas cultivadas brasileiras. 

Existe a BRF (multinacional brasileira),  que fez uma parceria com a startup de carne cultivada israelense Aleph Farms. O objetivo é comercializar a carne cultivada no Brasil entre 2024 e 2025. 

Além dessa, também temos a Ambi Realfood, criada por Bibiane Matte. A empresa é considerada a primeira startup de carne cultivada brasileira. 

Outras investidas da JBS em proteínas alternativas 

Apesar de ser conhecida como a maior processadora de carne animal, essa não é a primeira investida da empresa em carnes alternativas. 

Em abril de 2021, a JBS comprou a marca plant-based Vivera, localizada na Holanda, por € 341 milhões.  

Conforme a empresa, a aquisição da Vivera fortaleceria a plataforma e infraestrutura de sua produção de alimentos, incorporando novos conhecimentos técnicos e maior capacidade de inovação

Ademais, a JBS também tem uma subsidiária estadunidense, chamada Planterra Foods, que oferece a proteína à base de plantas OZO™. 

Mercado de proteína cultivada 

Nós já demos várias informações sobre o mercado de carne cultivada aqui no Vegan Business. 

Por exemplo, o fato de ser provável que esse mercado atinja US$ 25 bilhões até 2030, segundo o relatório da consultoria McKinsey. Apesar de esse número ser favorável, também existem fatores que podem impedir que essa previsão se concretize, a resposta política é um deles. Afinal, muitos países ainda não aprovaram a comercialização do alimento, estando ainda em um processo de regulamentação. 

Mesmo assim, o mercado está recebendo grandes investimentos.  Conforme o The Good Food Institute, a indústria de carne cultivada recebeu US$ 366 milhões só no ano de 2020, o que representa um aumento de 487% com relação ao ano anterior. 

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*Imagem de capa: Divulgação JBS

Por Amanda Stucchi em 17 de dezembro
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