O Dia Internacional da Mulher está se aproximando, comemorado em 8 de março, simboliza a luta pela igualdade de direitos. Pensando nisso, vamos falar sobre mulheres investidoras.

Apesar de inicialmente a luta ter surgido para reivindicar a igualdade salarial, até hoje existe esse tipo de desigualdade entre os gêneros: segundo uma publicação divulgada pelo IBGE, as mulheres receberam 77,7% do rendimento dos homens no ano de 2019. A diferença era ainda maior em cargos altos como gerentes e diretores, recebendo 61,9% dos rendimentos.

Pensando nesses fatos, como é a situação da mulher no mercado financeiro? A resposta simples é que ainda há menos participação, mas o cenário está melhorando gradualmente. 

Como apontado, as mulheres ainda ganham menos do que os homens, mas não é só isso que influencia nos investimentos que podem fazer. 

Ainda existem menos mulheres em cargos gerenciais — o IBGE apontou que em 2020 o número de mulheres nessas ocupações era de 37,4%, enquanto os homens ocupavam 62,6% desses cargos — isso demonstra menos progressão na carreira, questões relativas à dupla jornada (conciliando o trabalho remunerado com o não-remunerado de cuidados com pessoas e os afazeres domésticos), pressão estética que acarreta gastos e até mesmo o pink tax, termo que significa a diferença de valor entre os produtos femininos e masculinos. 

Conforme uma pesquisa da Escola Superior de Propaganda e Marketing, realizada em 2021, produtos que são rosas ou com personagens femininos custam 12,3% a mais do que os outros no Brasil, ao se fazer uma média. É informado que no caso das lâminas de barbear esse valor dobra, já nas roupas de bebês femininas, o valor aumenta mais de 20% com relação às vestes masculinas. 

Até aqui você já viu alguns dos fatores externos que influenciam — de forma direta ou indireta — nos investimentos. Porém, há outra questão muito importante que deve ser considerada: a confiança. 

Quem já ouviu aquela famosa frase de que as “mulheres não são boas em matemática?”, esse é um dos esteriótipos negativos que podem acabar afastando as mulheres dos números e, por consequência, dos investimentos. 

Segundo um estudo da Merrill, conduzido em parceria com a Age Wave no ano de 2017, com uma amostra de 2.638 mulheres e 1.069 homens dos Estados Unidos, as mulheres se sentiam confiantes na maioria das tarefas financeiras, por exemplo, ao pagar contas (90%) e ao realizar orçamentos (84%), entretanto, o número cai na área de gestão de investimentos. Aqui só 52% das mulheres apontam que estão confiantes para investir, uma diferença de 16% em comparação com os homens. 

Já uma pesquisa da Fidelity Investments, conduzida pela CMI Research em 2021, com 1.200 mulheres e 1.200 homens dos Estados Unidos, apontou que só um terço das mulheres se veem como investidoras, sendo que apenas 33% se sentiam confiantes em fazer decisões relativas aos investimentos e 14% disseram saber muito sobre poupar e investir. 

Apesar disso, 50% das mulheres relataram estarem mais interessadas em investir desde o começo da pandemia e 9 entre 10 pretendem executar ações nos próximos 12 meses nesse sentido, com 62% afirmando que desejam aumentar seu entendimento sobre planejamento financeiro e investimentos. 

Qual é a situação do Brasil? Segundo um estudo da Coleman Parkes Research, encomendado pela BNY Mellon Investment Management e publicado no Valor Investe, 46% das mulheres brasileiras sentem confiança ao investir, só ficando atrás das mulheres indianas com 47%. Para ter uma ideia, a porcentagem mundial de mulheres que se sentem confiantes para investir é de 28%. 

Como você pode perceber, uma das maneiras de dar os primeiros passos no mercado financeiro é o conhecimento. 

Nádia Gonçalves, investidora e cofundadora do Vegan Business, contou sobre seu começo nos investimentos: “O processo para investir foi prático, comecei a estudar sobre investimentos e paralelamente fui colocando em prática gradualmente. Assim, fui ganhando mais segurança e conhecendo meu perfil, logo comecei a definir minha estratégia, baseada nas minhas metas financeiras e tolerância ao risco”. 

Mulheres investidoras: boas notícias sobre o assunto

As mudanças acontecem gradualmente, não é mesmo?

Segundo a corretora XP, o número de mulheres na bolsa de valores cresceu quase 30% em 2021. É destacado que, apesar da representatividade das mulheres na bolsa ainda ser pequena, a taxa de crescimento é mais acelerada do que os investidores homens, como exemplo há o fato de que o número de mulheres investidoras aumentou 29,2% desde 2020, em comparação com 18,5% dos homens nesse período. 

O mesmo estudo da Fidelity também demonstrou que as mulheres costumam ter mais retornos positivos em seus investimentos. É dito: “Nova análise de mais de 5 milhões de clientes Fidelity nos últimos dez anos constata que, em média, as mulheres superaram seus colegas masculinos em 40 pontos base ou 0,4%”, em uma análise que comparou o retorno anualizado dos ativos de 5,2 milhões de contas, entre janeiro de 2011 a dezembro de 2020. 

Lorna Kapusta, chefe de Mulheres Investidoras e Engajamento da Fidelity, falou em uma comunicação: “Estamos vendo uma mudança notável nas mulheres que desejam aprender mais, não apenas sobre como começar a investir, mas como se aprofundar — como avaliar e selecionar diferentes tipos de investimentos para alinhar com objetivos específicos e como gerenciar um portfólio existente para se assegurar de investir de forma adequada e no caminho certo”. 

Porém, como atingir a igualdade nos investimentos? Essa discussão engloba vários aspectos, como desigualdade salarial, dupla jornada, progressão de carreira, entre outras questões que influenciam nesse setor. Mas, também passa pela educação: ao adquirir conhecimento as mulheres podem se sentir mais seguras para realizar seus primeiros aportes.

Nádia Gonçalves afirmou: “A maioria das mulheres pensa que não sabe o suficiente sobre investimentos, por isso, não se sentem confiantes. A grande questão é entender o básico e já colocar em prática aos poucos. Ninguém precisa ser especialista em investimentos para começar a investir, como também, não é preciso se expor a riscos elevados ou aportar grandes quantias. No meu ponto de vista, mais importante que a teoria é ter uma boa percepção do que faz mais sentido, e para isso, nada melhor que a prática aliada à intuição”. 

Portanto, caso você esteja pensando em se tornar uma mulher investidora, mas ainda não tem muita confiança, a sugestão é buscar conhecimento. Aqui mesmo no Vegan Business é possível encontrar conteúdo introdutório sobre o assunto, deixamos algumas sugestões abaixo, porém, também busque outras fontes de informação: leia livros, assista vídeos, escute podcasts, veja documentários, tem muito conteúdo interessante nesse sentido!

Equity Crowdfunding como modalidade de investimento 

O Vegan Business é uma plataforma de Equity Crowdfunding, com a missão de democratizar o investimento em startups veganas e alimentar a próxima geração de negócios. 

A primeira rodada, que ocorreu em janeiro de 2022, captou R$ 505 mil em menos de uma hora para a Chameleon Sun, marca de protetor solar vegano e sustentável. Já a segunda, captou R$ 375 mil para a marca de leite vegetal Purifica. 

O Equity Crowdfunding é um modo de investir que conecta os investidores com as pequenas empresas e startups com grande potencial de expansão. No caso, as empresas recebem financiamento de investidores e os investidores conseguem participação na empresa em forma de quotas/ações ou títulos conversíveis. Legal, não é? 

Algumas das vantagens dessa modalidade, conforme falamos no nosso Guia Completo, são as seguintes: 

  • Alto potencial de retorno, apesar dos possíveis riscos em investir em empresas que estão no estágio inicial. 
  • Oferecer apoio a projetos inovadores e reais. 
  • Um jeito prático de investir. 

Nádia Gonçalves falou um pouco sobre essa modalidade: “O Equity Crowdfunding é uma excelente modalidade de diversificação, onde é possível investir pequenas quantias em empresas com grande potencial de crescimento. É democrático, pois, possibilita que as mulheres também se tornam sócias investidoras desses negócios e facilita o acesso a um mercado que até pouco tempo era bem restrito. Como todo investimento de alto risco, a chave é não aportar uma quantia que não pode ser perdida, por isso, é importante escolher bem em qual mercado investir”. 

Para ficar atento as novidades, você pode se cadastrar na lista de investidores da plataforma de Equity Crowdfunding do Vegan Business! 

Gostou de saber mais sobre mulheres investidoras? Aproveite e aprenda sobre investimentos:

O Que é Investimento Anjo e Como Funciona? Guia Completo!

Como Investir em Ações e Ganhar Dinheiro na Bolsa em 2022

O Que é Equity Crowdfunding? Um Guia Completo (2021)

*Imagem de capa: Pexels 

Por Amanda Stucchi em 2 de março
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