A Umami Meats, marca de frutos do mar cultivados, recebeu um investimento não divulgado da canadense CULT Food Science Corp.
A empresa de frutos do mar, localizada em Cingapura, tem o objetivo de produzir alimentos limpos e promover o desenvolvimento de novas tecnologias para soluções sustentáveis e éticas.
Mihir Pershad, CEO da Umami Meats, destacou em um comunicado:
“Estamos entusiasmados por ter a CULT Food Science apoiando nossa visão para um futuro de frutos do mar sustentável, habilitado por nossa tecnologia de produção de peixes cultivados. Com seu forte conhecimento da indústria e rede de consultores, acreditamos que este investimento ajudará a acelerar nosso cronograma de desenvolvimento a caminho para escala”.
Visão do investidor da marca de frutos do mar cultivados
Francis Rowe, diretor financeiro da CULT, deu uma declaração no comunicado:
“Temos o prazer de investir na Umami Meats, pois acreditamos que frutos do mar cultivados representam uma oportunidade amplamente mal compreendida. Acreditamos que sua nova tecnologia e propriedade intelectual serão extremamente valiosas à medida que os frutos do mar baseados em células crescem, esperamos ajudar a acelerar seu desenvolvimento científico”.
A Umami Meats está planejando tornar os frutos do mar mais acessíveis para a produção em escala comercial, ao implantar sua tecnologia proprietária que reduz os custos de desenvolvimento do soro de crescimento celular — conforme a CULT, isso representa 80% dos custos totais de produção.
A primeira ação da empresa será focar em abordagens eficientes para produzir enguia japonesa, atum albacora e pargo vermelho, todos baseados em células. No futuro, também pretende desenvolver as espécies de peixes halibute, garoupa e mahi-mahi.
Mais detalhes sobre esse mercado
Você já se perguntou como está o mercado de frutos do mar cultivados?
Conforme a CULT, esse mercado está projetado para atingir US$ 17,3 bilhões em 2030.
Um relatório do The Good Food Institute também abordou os investimentos no setor, explicando que os peixes à base de células receberam US$ 70 milhões em aportes até junho de 2021. Para ter uma ideia, no ano passado o valor total era de US$ 53 milhões.
Isso excedeu, inclusive, as alternativas baseadas em plantas que atingiram US$ 46 milhões até junho desse ano.
Mesmo assim, vale reforçar que os frutos do mar cultivados não estão a venda em todos os países — no momento, somente Cingapura aprovou a comercialização da carne cultivada — ou seja, ainda precisamos verificar as respectivas decisões dos órgãos reguladores para a venda dos produtos.
Os consumidores aceitarão os frutos do mar cultivados?
O GFI também investigou esse assunto, fazendo uma parceria com a empresa de pesquisa Kelton Global, os participantes eram 2.500 residentes dos Estados Unidos, com idades entre 18 e 65 anos.
Foi constatado que após conhecer as alternativas aos frutos do mar, 42% dos consumidores acharam as alternativas à base de plantas desejáveis e 43% consideram comprá-las no futuro.
Quanto aos frutos do mar baseados em células, 35% acharam a alternativa desejável e 38% consideram comprá-las no futuro.
Os maiores entusiastas desses produtos eram os flexitarianos e os pescetarianos.
Foi dito no relatório: “Assim que os consumidores tiverem uma impressão positiva do sabor dos frutos do mar alternativos, mensagens com foco nos benefícios ambientais, de saúde e funcionais desses produtos provavelmente trarão consumidores adicionais para a categoria”.
No caso específico dos frutos do mar cultivados, mensagens sobre os benefícios para o habitat do oceano, conteúdo da proteína, falta de cheiro de peixe e redução do plástico e resíduos gerados pela pesca, também poderão incentivar a compra dos produtos.
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*Imagem de capa ilustrativa: Pexels