Um estudo publicado na revista Nature Communications analisou o impacto ambiental de substituir alimentos de origem animal (FOAs) por alternativas plant-based (APBs) ou alimentos vegetais integrais (AVIs).

Usando a Suécia como modelo, o estudo descobriu que dietas ricas em APBs poderiam reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 30-52%, o uso de terra em 20-45% e o uso de água doce em 14-27%. Os maiores benefícios foram observados com dietas totalmente veganas. Quando os FOAs foram substituídos por AVIs em vez de APBs, os benefícios foram comparáveis.

Os pesquisadores observam que uma dieta rica em APBs atende à maioria das Recomendações Nutricionais Nórdicas atualizadas, publicadas no ano passado, que recomendam uma dieta principalmente baseada em plantas. O consumo de APBs melhora a ingestão de ferro, magnésio, folato e fibras, enquanto diminui o consumo de gorduras saturadas. No entanto, três nutrientes – vitamina B12, vitamina D e selênio – podem ser deficientes.

Diferenças de custo

O estudo também calcula as diferenças de custo entre dietas convencionais ricas em FOAs e dietas voltadas para as plantas. Ele descobre que substituir FOAs por APBs pode aumentar ligeiramente os gastos diários com alimentos em 3-5%, enquanto dietas baseadas em AVIs podem reduzir os gastos em 4-17%.

No entanto, vale ressaltar que o custo de APBs continua a diminuir, com pesquisas recentes constatando que eles são mais baratos do que FOAs em seis dos sete supermercados holandeses. Com varejistas em toda a Europa aderindo à crescente tendência de reduzir o preço de APBs para alcançar a paridade com FOAs, pode não demorar muito para que escolher alternativas de carne e laticínios não represente um custo extra.

“Potencial forte”

O novo estudo apoia os resultados de um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) publicado no ano passado, que descobriu que alternativas de carne têm um “potencial forte” para reduzir o impacto ambiental dos alimentos de origem animal. O relatório também enfatizou os benefícios para a saúde pública das alternativas de carne, que incluem a redução do risco de pandemias e resistência a antibióticos.

Cientistas líderes continuam a pedir uma mudança urgente para dietas plant-based para combater as mudanças climáticas, juntamente com problemas ambientais como desmatamento e poluição do ar. No ano passado, um estudo descrito como o mais detalhado até agora concluiu que a transição para dietas plant-based poderia reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 75%.

“Novas alternativas [livres de animais] de alimentos oferecerão um espectro mais amplo de escolhas para os consumidores”, disse Inger Andersen, Diretora Executiva do PNUMA. “Além disso, tais alternativas também podem aliviar as pressões sobre terras agrícolas e reduzir as emissões, ajudando assim a enfrentar a crise planetária tripla – a crise das mudanças climáticas, a crise da biodiversidade e perda de natureza, a crise da poluição e resíduos – além de abordar as consequências para a saúde e o meio ambiente da indústria de agricultura animal. Mais apoio governamental, bem como pesquisas abertas e transparentes, podem ajudar a desbloquear o potencial dessas novas tecnologias para alguns países.”

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