O Guia de Nutrição Vegana para Adultos é pioneiro ao reunir informações precisas sobre essa dieta, para que o profissional da área possa apoiar, com segurança, a escolha alimentar de seu paciente.
Quem não consome carne precisa ingerir suplementos? Este e outros mitos são quebrados no Guia de Nutrição Vegana para Adultos, produzido pela International Vegetarian Union (IVU), uma instituição com mais de 100 anos e presente em vários lugares do mundo. Dr. Eric Slywitch, médico nutrólogo e autor de livros que são referência em nutrição vegetariana, é o coordenador e o principal autor do trabalho.
Direcionado a nutricionistas, médicos e outros profissionais da saúde, o Guia é baseado em informações sólidas, apoiadas por mais de 700 referências científicas indexadas, e fornece link para 100 vídeo aulas. O Guia é praticamente uma pós-graduação sobre o assunto. Este dossiê de 500 páginas apresenta os principais nutrientes necessários ao bom funcionamento do corpo humano: vitaminas, proteínas, cálcio, ferro, zinco, iodo e ômega-3, para citar alguns. Com objetividade e uso de tabelas, o Guia informa como o nutriente é absorvido, quais são os níveis recomendados para este nutriente, quais alimentos são ricos no nutriente, quais sintomas estão associados à sua deficiência e os benefícios associados à sua ingestão.
O Guia de Nutrição Vegana para Adultos ainda elucida sobre a suplementação, a adequação nutricional de uma dieta vegana, macro e micronutrientes e fatores anti-nutricionais. Por fim, oferece um cardápio vegano de 30 dias que inclui pratos de todo o mundo, acompanhados de suas receitas.
O Guia cita referências científicas indexadas, que demonstraram que a dieta vegetariana pode ser usada como tratamento para condições específicas; e também como forma de prevenir doenças, como diabetes, doenças cardiovasculares, câncer e obesidade. Sobre suplementação, o Guia corrige um equívoco de longa data: a crença de que vegetarianos precisam adicionar suplementos à dieta, enquanto os que seguem uma dieta onívora não precisam. A verdade é que os estudos de comparação de dietas não levam em consideração o fato que os animais destinados à indústria da carne e de laticínios recebem cargas de suplementos que acabam no prato dos consumidores.
Na verdade, a única suplementação indicada aos que seguem uma dieta vegana bem equilibrada é a vitamina B12 – mas, vale ressaltar, que não-vegetarianos também podem precisar. Estudos mostram que 40% da população mundial tem níveis insuficientes de B12. O Guia dedica mais de 40 páginas a esta vitamina, explicando seu metabolismo, como é absorvida, os níveis recomendados de B12, como tratar a deficiência de B12 e como manter níveis adequados dessa vitamina.
Outro equívoco relacionado à dieta vegana diz respeito ao fitoestrógeno, encontrado na soja, presente na alimentação de muitos vegetarianos. Como os fitoestrogênios compartilham semelhanças estruturais com o estradiol (17-β-estradiol), vários estudos investigaram se uma alta ingestão de alimentos à base de soja poderia afetar o equilíbrio dos hormônios sexuais e da tireoide. Alguns estudos também avaliaram se os fitoestrogênios podem estar associados a um risco maior de desenvolver câncer de mama dependente de estrogênio. Em 2016, e novamente em 2019, duas meta-análises mostraram que a ingestão de alimentos à base de soja está, de fato, associada a um risco reduzido de câncer de mama e a uma melhor sobrevida das pessoas com a doença. Embora a American Cancer Society tenha incentivado o consumo de soja por sobreviventes de câncer de mama desde 2012, muitos médicos ainda aconselham seus pacientes a evitar a alta ingestão de alimentos à base de soja.
De acordo com pesquisa do IBOPE, encomendada pela Sociedade Vegetariana Brasileira, 14% da população se declarou vegetariana em 2018, o que representa um crescimento de 75% em relação a 2012. A indústria de alimentos reforça esta tendência: há centenas de substitutos para produtos de origem animal, como leite, queijo e ovos. No entanto, ainda há muita desinformação e equívocos relacionados à dieta vegana, que ainda não é totalmente aceita como uma escolha saudável por muitos profissionais de saúde. “Nossa intenção com este Guia é educar a comunidade de saúde sobre os benefícios de uma dieta vegana, informando como cada nutriente essencial funciona e corrigindo equívocos, para que médicos e nutricionistas estejam melhor preparados para apoiar as escolhas alimentares de seus pacientes”, diz o Dr. Eric Slywitch.
A versão digital do livro pode ser adquirida neste link e o livro impresso pode ser comprado por aqui.
Matéria cedida por: @raquelribeiroescritora
Imagem de capa: IVU – Divulgação
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