Um estudo do Euromonitor chegou com uma boa notícia: o consumo de alimentos plant-based no Brasil cresceu quase 70% em 5 anos! Para ter uma ideia, em 2015 o consumo era estimado em US$ 48,8 milhões, sendo que em 2020 passou a ter um valor de US$ 82,8 milhões.
A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), também apontou que — baseado em estudos da Mintel — os lançamentos globais de produtos à base de plantas aumentaram 40% entre 2015 e 2019, sendo que o Brasil é o país que mais traz novidades na região da América do Sul e central.
Esses dados demonstram a força dessa indústria, que possui até mesmo empresas consideradas unicórnios. Caso você não saiba, o unicórnio (essa figura mística) é o termo utilizado para denominar as startups que tiveram valuation de mais de US$ 1 bilhão antes de entrarem na bolsa de valores, fazendo um IPO.
Algumas das marcas unicórnios são a NotCo — que desenvolve produtos à base de plantas através de inteligência artificial — Eat Just, cujo produto principal é o ovo plant-based e a Impossible Foods, produtora de carnes vegetais.
Fazenda Futuro: marca brasileira presente em 25 países
Uma marca brasileira famosa que atua no segmento de carnes à base de plantas é a Fazenda Futuro.
Nesse mês de novembro, a empresa captou US$ 300 milhões na Série C, aumentando o valuation para R$ 2,2 bilhões! O valor ajudará a empresa a entrar no mercado dos Estados Unidos.
O fundador Marcos Leta também relatou ao Valor Econômico que desejam expandir para o setor de bebidas vegetais, começando pelo mercado americano em janeiro de 2022.
A última novidade da marca foi o atum à base de plantas, primeiro produto de proteína de peixe.
Além disso, a empresa também procura trazer produtos sustentáveis, como seu Futuro Burger 2030 — hambúrguer vegetal com nome inspirado na agenda de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, o alimento é produzido com fornecedores livres de organismos geneticamente modificados e que não praticam o desmatamento.
Outros players que também atuam nesse mercado
Um exemplo é a BRF, com a linha Sadia Veg&Tal e a Seara com a linha Incríveis Cortes.
Apesar de não serem marcas veganas, estão realizando lançamentos no setor de proteínas alternativas. A JBS, inclusive, entrou no mercado de carne cultivada esse mês.
Ainda nesse mês, a BRF apresentou o novo frango vegetal de sua linha Sadia Veg&Tal, afirmando ser a primeira carne vegetariana carbono neutro do Brasil. Para isso, as emissões são neutralizadas do grão à mesa, por meio de projetos de conservação florestal.
Além disso, também existem várias startups veganas atuando no mercado e já falamos de muitas aqui no Vegan Business.
Os problemas da pecuária e o consumo de alimentos plant-based no Brasil
A pecuária traz grandes problemas ambientais.
Para ter uma ideia, um estudo da Nature indicou que a carne é responsável por 57% das emissões de gases de efeito estufa na alimentação, enquanto os alimentos à base de plantas só são responsáveis por 29%.
Além da crueldade animal, o gado também está ligado ao desmatamento, conforme o relatório Fleischatlas 2021 (em tradução livre Atlas da carne 2021), 63% da área desmatada na região amazônica vira pasto para esses animais.
Portanto, é necessário modificar o sistema alimentar como um todo.
Aqui no Brasil, uma pesquisa do IBOPE indicou que 14% da população brasileira se identifica como vegetariana. A SVB, com base em comparação com outros países, considerou que existiam 7 milhões de veganos em 2018.
Quanto ao consumo de alimentos plant-based, falamos aqui no Vegan Business sobre uma pesquisa que o Good Food Institute fez junto com o IBOPE.
Foi descoberto que 49% da população brasileira reduziu seu consumo de carne e 39% consome alternativas vegetais três vezes por semana e, se for uma vez por semana, o número aumenta para 59%.
Outra pesquisa da Ipec — encomendada pela Sociedade Vegetariana Brasileira — também indicou que 46% dos brasileiros não consomem carne, por vontade própria, pelo menos uma vez na semana.
Portanto, é provável que o mercado à base de plantas cresça ainda mais no futuro.
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*Imagem de capa: Unsplash