A indústria de alimentos à base de plantas cresce a níveis espetaculares. Tudo isso porque, a qualidade dos produtos e sua semelhança com a carne de origem animal surpreendem a todos que experimentam, sejam veganos, vegetarianos, flexitarianos e até mesmo os amantes da carne. 

A princípio, só nos EUA, em 2019 a indústria de carne à base de vegetais valia 801 milhões de dólares, tornando-se a terceira categoria de alimentos à base de plantas em maior crescimento. Seguindo as previsões da Markets and Markets, até 2025, o mercado poderá valer mais de US $ 27,9 bilhões. 

Como se não fosse o suficiente, há analistas que acreditam num crescimento de 28% ao ano, o que o fará chegar aos US $ 85 bilhões nos próximos 10 anos. 

A saber, até mesmo a Disney aderiu à tendência e já anunciou a expansão de itens alimentares à base de plantas em parques temáticos e em sua linha de cruzeiros. Dessa forma, esse cenário cria uma oportunidade considerável para empresas como Else Nutrition Holdings Inc., Burcon NutraScience Corp., McDonald’s Corporation, Kellogg Company e Tyson Foods Inc.

Sem dúvida, a Impossible Foods é o melhor exemplo desse fenômeno e encontrou uma maneira de usar o heme à base de plantas – que dá sabor à carne – fermentando leveduras geneticamente modificadas e usando-o para fazer hamburguer de extrema semelhança com carne. Consequentemente, esse processo gera 87% menos gases de efeito estufa e utiliza 75% menos água que os hambúrgueres convencionais.

Seja como for, de todos os alimentos vegetais, as alternativas à carne são verdadeiras estrela em ascensão. As vendas da categoria cresceram e atualmente as alternativas baseadas em plantas agora representam de 2% a 3% das vendas de carne embalada.

Inovação além das calçadas da fama

Toda essa inovação está ocorrendo muito além dos holofotes que focam a Impossible Foods e outras estrelas populares do mundo da carne à base de plantas, como Beyond Meat e Alpha Foods. Visto que, há um despertar da demanda das pessoas por uma maneira mais saudável e sustentável de viver e comer e enquanto isso acontece, o mercado global de alternativas à carne à base de plantas não deverá parar de crescer.

Carne vegetal da Moving Mountains

No Reino Unido, a Moving Mountains – empresa que que tem como lema “juntos podemos mover montanhas”, lançou o primeiro hambúrguer “sangrento” do país ainda em 2018, feito com cogumelos, trigo, soja, proteínas de ervilha e suco de beterraba. Em 2019, foi a vez de introduzir o primeiro cachorro-quente à base de plantas do Reino Unido, que é aquecido, moldado e defumado para dar o sabor e a aparência de um cachorro-quente tradicional. A empresa, lançada em 2016, expandiu-se por toda a Europa e recentemente fez acordos para exportar para o Oriente Médio e os EUA.

Alternativa à carne da Quorn

A pioneira em alternativas vegetais à carne, Quorn, lançada no Reino Unido em 1985, também tem se aproximado dos substitutos da carne realistas, destinados aos consumidores de carne. A empresa lançou com sucesso a salsicha vegana na popular lanchonete, Greggs. Graças à sua popular parceria ao Quorn, Greggs faturou 1 bilhão de libras em vendas.

Alimentos à base de plantas da Meatless Farm Co.

A Meatless Farm Co. é outra empresa de alimentos à base de plantas, sustentável e com propósito, fundada no Reino Unido, e que atualmente marca presença em vários mercados globais , incluindo EUA, Irlanda, Suécia, Hong Kong, Canadá e Emirados Árabes Unidos. Seu principal objetivo é tornar as refeições sem carne mais saborosas. 

A equipe de chefs e nutricionistas da Meatless Farm Co. dedica-se a elaborar alternativas à carne fresca à base de plantas que tenham um sabor agradável, que sejam fáceis de cozinhar e que sejam melhores para o planeta. Recentemente, a Meatless Farm Co. lançou suas salsichas sem carne e rissoles de carne vegetal. As duas variedades são isentas de soja, sem glúten e fabricadas com ingredientes não geneticamente modificados.

Bife vegano da Novameat

A empresa espanhola Novameat produziu um bife à base de plantas que, de acordo com o burburinho, é o mais realista do mercado e imita a textura e a aparência do bife de verdade. Seus ingredientes, incluindo ervilha, algas e suco de beterraba, são moldados em fibras finas para recriar os tecidos musculares. Ele estará disponível em restaurantes selecionados na Espanha e Itália este ano, com planos de ampliar a tecnologia e expandir ainda mais no próximo ano.

Opções da Zhenmeat 

Do mesmo modo, do outro lado do mundo, em Pequim, a Zhenmeat criou uma alternativa de carne moída à base de plantas, usando proteína de ervilha que pode ser usada para fazer pratos como bolinhos de massa e almôndegas. Assim, tudo indica que a empresa está conversando com investidores na Europa e nos EUA e, em seu primeiro ano, levantou o equivalente a US $ 723.1800.

Carne vegetal da JBS

No Brasil, a gigante JBS também não ficou para trás e lançou seu hambúrguer vegetal idêntico ao de carne, elaborado a base de soja, beterraba, trigo, alho e cebola. A empresa, que é considerada a maior processadora de carne no mundo, entrou n mercado de produtos à base de plantas pra valer, e a expectativa é obter 12% do mercado nos próximos 3 anos.

Impactos globais

Em suma, a conscientização global para enfrentar os problemas relacionados ao efeitos do consumo de carne e laticínios em nossa saúde, animais em fazendas industriais e a crise do aquecimento global começam a impactar o estilo de vida no planeta.

Nesse sentido, ainda existem inegáveis ​​disparidades globais quando se trata de hábitos alimentares e atitudes culturais em relação à alimentação e consumo de opções à carne à base de plantas. Por fim, a demanda e o despertar de interesse nos benefícios de alimentos à base de plantas são um verdadeiro fenômeno global e isso impulsionará a inovação e introduzirá mais variedade para os consumidores.  

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Por Nadia Gonçalves em 17 de março
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