Você gosta de fazer compras em brechós? Saiba que essa é uma atitude sustentável em um mundo que valoriza o fast fashion, prática que teve início nos anos 70 e se refere a renovação constante de peças comercializadas no varejo de moda. 

Dessa forma, as tendências de consumo se modificam rapidamente, fazendo com que as pessoas comprem mais roupas, e há ainda o barateamento da mão de obra que permite criar peças que lembrem alta costura, mas tem baixo custo e pouca durabilidade.

Essa questão é preocupante, pois como já falamos aqui no Vegan Business, a indústria da moda é responsável pela emissão de 10% de carbono global (mais do que todos os voos internacionais e transporte marítimo combinados). Além disso, a moda é a segunda maior poluente do meio ambiente, só ficando atrás da indústria do petróleo. Já, em relação aos materiais descartados, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e da Confecção revelou que cerca de 170 toneladas de resíduos têxteis são descartados incorretamente.  

Porém, como o fast fashion se relaciona com essa questão? Conforme o eCycle, essas peças são usadas menos de cinco vezes e acabam gerando mais de 400% de emissões de carbono do que as peças comuns, utilizadas 50 vezes. Lembrando que as roupas não poluem só durante sua produção, tem o desmatamento, o uso de agrotóxicos, a extração do petróleo, a transportação, entre outras. Também é necessário ficar atento aos direitos humanos, já que algumas marcas podem utilizar o trabalho escravo para realizar essa produção em larga escala, principalmente nos países do continente asiático. 

Até aqui você já percebeu que existem uma série de questões éticas e ambientais envolvidas na produção de uma moda rápida. Então, como lidar com esse problema? Na contramão da fast fashion existe o slow fashion, um movimento que prioriza a reflexão sobre nosso consumo da moda, sendo que algumas marcas já estão trabalhando alinhadas com essa ideia. Porém, outra possibilidade interessante para ser mais sustentável é comprar de brechós. 

História dos brechós e sua importância 

A história dos brechós vem com as lojas de artigos de segunda mão que surgiram no final do século XIX, denominadas como Belchior, por conta do nome do criador da primeira loja desse tipo localizada no Rio de Janeiro. A partir do uso, a expressão se transformou em brechó. Esses locais auxiliam as pessoas a reciclarem, ajudando a combater o desperdício de roupas. 

Realizando suas compras nessas lojas é possível evitar que as roupas acabem indo para o aterro sanitário e economizar as emissões de carbono utilizadas na produção de novas peças, bem como em todo seu processo logístico. Veja só: na Roadrunner foi dito que o têxtil pode levar mais de 200 anos para se decompor em aterros. 

Pensando em todas essas questões, é necessário que as pessoas alterem seu modo de consumo para um mais sustentável. Afinal, é possível se manter na moda sem prejudicar o meio ambiente, ao valorizar movimentos como o slow fashion e ambientes no qual podemos comprar roupas sem produzir mais carbono ou gastar mais água, pois uma simples camisa de algodão gasta mais de 2 mil litros desse recurso natural.

Dessa forma, economizamos espaço no aterro sanitário e é possível realizarmos as compras das quais necessitamos sem muito prejuízo ao planeta.

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*Imagem de capa: Pexels

Por Amanda Stucchi em 4 de agosto
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