A startup brasileira Typcal, que está na vanguarda da produção de micoproteína na América Latina, foi selecionada pelo programa Paraná Anjo Inovador para receber um investimento de R$250 mil.

Derivada da Fungi Biotechnology, a empresa foi fundada em 2021 pelo engenheiro de bioprocessos Eduardo Sydney (CTO) e pelo empreendedor da indústria alimentícia Paulo Ibri (CEO). O objetivo é aproveitar a fermentação de biomassa para desenvolver um ingrediente de micoproteína para aplicações alimentares.

A Typcal foi uma das 68 empresas escolhidas na primeira chamada de propostas do programa, desenvolvido pelo governo regional através da Secretaria de Inovação, Modernização e Transformação Digital. Segundo o anúncio, o apoio financeiro estadual tem sido essencial para ajudar a startup a superar o desafiador cenário de investimentos e focar no desenvolvimento tecnológico.

“O investidor geralmente se concentra em vendas e geração de receita, e não no desenvolvimento de tecnologia, que é uma área de risco, mas essencial para qualquer negócio, especialmente na biotecnologia. Portanto, o investimento do Governo do Paraná aumenta muito nossa competitividade, pois nos permite crescer como indústria e, no fim, gerar empregos e renda para o próprio Estado”, comentou Sydney.

Vantagens em relação à carne

Atualmente em fase piloto, produzindo até 100 quilos de micoproteína fresca por mês, a Typcal afirma que seu processo é significativamente mais rápido do que o usual de 48 a 72 horas de outras startups, desenvolvendo produtos em apenas 24 horas.

A micoproteína da startup é rica em proteínas e fibras, com baixo teor de gordura e calorias, e tem sabor neutro, o que a torna um ingrediente ideal para alternativas veganas e vegetarianas e produtos híbridos. “A vantagem do micélio é que ele não tem sabor algum, então, quando adicionado como ingrediente, não afeta o gosto do produto”, explicou Sydney.

Em termos de sustentabilidade, a Typcal destaca que seu processo de produção é significativamente mais sustentável do que a produção de carne tradicional, com uma produtividade 7.000 vezes maior e uso de 99% menos água. Além disso, a startup utiliza subprodutos agroindustriais, reduzindo o desperdício e o impacto ambiental.

No mercado já em 2025

Finalista da FoodTech World Cup, a Typcal utiliza uma cepa de fungo com histórico de consumo humano no Brasil, o que facilita a aprovação regulatória e permite que seus produtos inovadores cheguem ao mercado mais rapidamente.

Sydney explicou: “Cada startup trabalha com um tipo de fungo, e nós escolhemos um que já é usado para alimentação no Brasil. O que nos diferencia de outros players no mundo é o fungo que utilizamos e, especialmente, o tempo, porque conseguimos desenvolver um processo mais rápido e eficiente.”

A Fungi Biotechnology, com sede em Curitiba e Ponta Grossa no Paraná, também criou outras duas spin-offs: a Mush, que produz embalagens sustentáveis e biodegradáveis, e a Muush, que desenvolve alternativas biofabricadas ao couro para a indústria da moda.

“Nossa expectativa é escalar a produção e ver os primeiros produtos à base de micélio no mercado já em 2025”, compartilhou Ibri no anúncio.

Confira a matéria publicada na vegconomist.

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