Uma pesquisa realizada pela Universidade Lincoln, da Nova Zelândia, revelou que os entusiastas de leites vegetais promovem ativamente essas alternativas por meio do boca a boca, tornando-os aliados valiosos no marketing desses produtos.
O estudo, conduzido pelos doutores Meike Rombach e Lei Cong, e pelo professor associado David Dean, foi publicado na revista Beverages e visa oferecer uma estrutura para que os profissionais de marketing promovam leites vegetais de forma mais eficaz. Focando nos consumidores dos EUA, devido ao grande mercado de leites vegetais no país, a pesquisa analisou como fatores como bem-estar animal, preocupações ambientais, consciência de saúde e preferências alimentares pessoais influenciam a disposição dos consumidores para experimentar leites vegetais e sua tendência de compartilhar opiniões, especialmente nas redes sociais.
“A disposição para experimentar é uma resposta de baixo comprometimento por parte do consumidor. Em comparação, o boca a boca é de alto comprometimento, pois demonstra que o consumidor já consumiu um produto, dedicou tempo para avaliá-lo e compartilhá-lo online. Compreender as atitudes dos consumidores oferece aos profissionais de marketing uma diretriz para possíveis comportamentos”, explicou a Dra. Rombach.
Influenciando escolhas de produtos
Os principais resultados indicam que o entusiasmo dos consumidores por alternativas de leites vegetais varia com base nas suas práticas alimentares, preocupações com a saúde e considerações ambientais ou de bem-estar animal. Os profissionais de marketing podem aproveitar essas preferências ao destacar benefícios específicos e adaptar as mensagens para segmentos de consumidores, como aqueles com restrições alimentares ou metas de controle de peso.
Consumidores vegetarianos e veganos, por exemplo, valorizam os benefícios relacionados ao bem-estar animal e aos padrões de produção sem crueldade. Já consumidores preocupados com a saúde são mais propensos a experimentar leites vegetais devido aos seus benefícios em fibra e baixo teor de gordura.
Como indicado pelo estudo, os entusiastas de leites vegetais desempenham um papel crucial na promoção de novos produtos por meio do boca a boca. Os pesquisadores sugerem que envolver esse grupo em narrativas de marca pode alcançar um público mais amplo de forma eficaz.
“O boca a boca é um canal importante a ser monitorado, especialmente online. A maioria de nós navega por nossas redes sociais todos os dias. Nosso mundo digital influencia nossas escolhas de produtos, com familiares, amigos e influenciadores online impactando nossas decisões de compra”, afirmou a Dra. Rombach.
Reposicionamento dos leites vegetais
O estudo também revela uma dicotomia entre consumidores de leite de vaca e leites vegetais. Embora o marketing tradicional tenha posicionado os leites vegetais como substitutos do leite de vaca, a pesquisa sugere que reposicionar os leites vegetais como complementares, em vez de substitutos diretos, pode reduzir sentimentos negativos. Além disso, destacar semelhanças de sabor com o leite de vaca pode ser uma estratégia bem-sucedida para evitar desapontamentos e feedbacks negativos.
Futuras pesquisas devem focar em uma população mais ampla, incluindo consumidores mais velhos e crianças, e explorar diferenças regionais nas preferências dos consumidores. Além disso, comparações interculturais, especialmente com mercados asiáticos, podem oferecer insights valiosos sobre tendências globais, concluem os autores.
“Os resultados mostram que o bem-estar animal, a preferência por leite de vaca, preocupações ambientais e entusiasmo por leites vegetais são preditores significativos da disposição para experimentar alternativas de leites vegetais. Preferências por leite de vaca, preocupações ambientais e entusiasmo por leites vegetais são preditores dos fatores boca a boca. No geral, o entusiasmo por leites vegetais é o principal impulsionador de ambos os comportamentos dos consumidores”, conclui o estudo.
Confira a matéria publicada na vegconomist.
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