Você sabia que ainda não há regulamentação para a categoria plant-based no Brasil?

O termo plant-based, que pode ser traduzido como “alimentos à base de planta”, denomina uma alimentação composta por plantas e vegetais, buscando também produtos minimamente processados e mais sustentáveis para o meio ambiente.

Nos últimos anos, o mercado brasileiro tem apresentado uma crescente demanda por essa vertente, impulsionada tanto por veganos e vegetarianos, quanto por consumidores que buscam reduzir o consumo de carne, os chamados flexitarianos.

Regulamentação e desafios

O nosso país possui normas que definem e restringem o uso de artigos de origem animal, incluindo especificidades referentes à composição e rotulagem. De acordo com Ieda Neta, especialista em Assuntos Regulatórios da Oterra para a América Latina, a indústria já conhece bem a normatização para produtos cárneos e a população sabe que possui esse respaldo. “Contudo, no que se refere às alternativas análogas aos produtos de origem animal, incluindo carne vegetal ou à base de plantas, a realidade ainda é outra. Até o momento não há uma categoria específica para estes itens nas regulamentações brasileiras”, explica.

Para a especialista, o marco regulatório desta categoria deve acontecer em um futuro não tão distante, considerando que a regulamentação já vem sendo discutida e avaliada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), juntamente com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). “Em 2021, a Anvisa realizou diversas oficinas virtuais externas, com o propósito de reunir insumos dos diversos setores interessados no tema para auxiliar na identificação e análise dos pontos regulatórios, bem como mapear os setores possivelmente afetados”, destacou.

Corantes plant-based

Dentre diversas questões e necessidades envolvendo os produtos plant-based, existe uma demanda crescente por corantes em tons vermelhos. O principal objetivo é aprimorar a coloração dos produtos plant-based, pois uma das principais características das carnes de origem animal é a coloração.

De acordo com Stella Munhoz, gerente de marketing Oterra na América Latina, cor, sabor e textura são os principais atributos avaliados pelo consumidor. “Muitos consumidores são flexitarianos e querem as mesmas experiências nas distintas fontes do produto”, comenta.

Mercado plant-based no Brasil

No Brasil, o número de lançamentos de produtos não para de crescer. Foram 3.675 lançamentos no Brasil nos últimos 5 anos, em categorias como bebidas, requeijão e creme de leite, além de doces e barras de proteína.

“É importante termos uma legislação específica e rápida, pois além dos produtos que mimetizam alimentos à base de animais no mercado, em breve serão comercializados produtos que não são comuns no cotidiano, como carnes cultivadas e carnes criadas a partir de fungos”, complementa Stella.

Um dos aspectos mais importantes para a futura legislação são os requisitos sanitários, que tange a coloração dos alimentos plant-based. Empresas que recorrem ao uso de concentrados vegetais para este fim podem sair na frente porque um concentrado vegetal pode ser considerado ingrediente pela Anvisa.

Para o órgão classificar um concentrado vegetal como ingrediente, o elemento precisa de processamento mínimo, ou seja, submetido a processos exclusivamente mecânicos, com extração não-seletiva e sem uso de solventes. Desta forma, os concentrados não sofrem extração e concentração seletiva de compostos.

“Ao ser classificado como ingrediente, os concentrados não são submetidos às exigências específicas dos regulamentos para aditivos alimentares. Logo, estes são os mais visados quando o objetivo é elaborar produtos de rótulo limpo, caracterizados por apresentarem ingredientes considerados mais naturais.”, finaliza Ieda.

Sobre Oterra

A Oterra é a maior produtora global de corantes naturais e sustentáveis para alimentos, bebidas e suplementos alimentares, bem como para alimentação no mercado pet. O lançamento do primeiro corante aconteceu em 1876 na Dinamarca e consolidou liderança no segmento por meio de grande foco em pesquisa e desenvolvimento, além de máxima expertise na aplicação de suas soluções.

A organização está presente em 27 países com unidades de produção, laboratórios e escritórios. Além disso, seu portfólio chega a 112 países em todo o mundo para atender a demanda dos consumidores por alimentos seguros, sustentáveis e naturais.

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Imagem ilustrativa de capa: Divulgação Oterra

Por Ana Cristina Gomes em 18 de novembro
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