Um estudo publicado no periódico ACS Biomaterials & Engineering investigou o potencial da glutenina, uma proteína de trigo não alergênica, atuar como uma estrutura para a produção de carne cultivada.

Os pesquisadores isolaram a glutenina do glúten, formando filmes planos e com padrões de cristas. Células de camundongo que se desenvolvem em músculo esquelético foram colocadas nos filmes e incubadas por duas semanas.

As células cresceram com sucesso em ambos os filmes. Na segunda semana, formaram feixes longos paralelos replicando a estrutura de fibras musculares. O desempenho não foi tão bom quanto os filmes à base de gelatina, mas foi considerado suficiente. Trabalhos futuros podem aprimorar como as células se fixam nos filmes plant-based.

Outro teste foi realizado com células de camundongo que produzem tecidos adiposos. Essas também proliferaram e diferenciaram, produzindo depósitos visíveis de lipídios e colágeno. Os pesquisadores concluíram que os filmes de glutenina podem sustentar o crescimento de camadas tanto musculares quanto de gordura, com potencial para empilhá-las e formar carne cultivada. Apesar de ser uma proteína de trigo, a glutenina é geralmente segura para celíacos e pessoas com sensibilidade ao glúten.

Estruturas plant-based

Estruturas são necessárias na produção de carne cultivada para fornecer uma base para as células crescerem, e estruturas plant-based são consideradas desejáveis por serem baratas, comestíveis e abundantes. Em contraste, estruturas sintéticas são caras e difíceis para as células se fixarem. Além disso, elas precisam ser separadas da carne cultivada após a produção, adicionando complexidade.

Em outras partes do mundo, cientistas estão investigando outros possíveis materiais de estrutura. No ano passado, pesquisadores da Universidade Nacional de Singapura (NUS) usaram com sucesso proteínas de milho, cevada e centeio para imprimir em 3D estruturas comestíveis para carne cultivada. Em 2022, cientistas da Universidade de Vermont começaram a usar polímeros à base de algas para construir estruturas que suportam células.

“As estruturas feitas de proteínas vegetais são comestíveis e têm sequências de peptídeos diversas e variáveis que podem facilitar a fixação celular, induzir a diferenciação e acelerar o crescimento da carne”, disse Huang Dejian, vice-chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da NUS.

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