A startup de agricultura molecular PoLoPo avançou do cultivo em estufas para o plantio em larga escala de batatas geneticamente modificadas que produzem altos níveis de proteínas, incluindo ovalbumina, um componente essencial da proteína do ovo. Com essa transição, a capacidade de produção da empresa aumentou de dezenas de quilos para aproximadamente três toneladas por colheita.
As batatas, cultivadas em campos na região de Eshkol, no sul de Israel, fazem parte da abordagem proprietária da PoLoPo para a agricultura molecular. Por meio de técnicas de engenharia metabólica, as plantas são modificadas para produzir e armazenar proteínas nos tubérculos. Após a colheita, essas proteínas são extraídas e transformadas em pós funcionais, destinados a aplicações na indústria alimentícia.
A previsão é que os primeiros resultados dos campos, significativamente maiores do que os testes anteriores realizados em estufas, estejam disponíveis até a primavera de 2025. Esses testes em larga escala têm como objetivo avaliar a eficácia das batatas produtoras de proteínas e garantir que a tecnologia seja confiável e escalável.
Objetivos dos testes em campo
Os principais objetivos dessa nova fase incluem: ampliar a produção das variedades de batata que demonstraram sucesso em ambiente controlado, testar novos genótipos com maior eficiência na acumulação de proteínas e validar a consistência e qualidade das variedades selecionadas em condições reais de cultivo.
Para isso, a PoLoPo firmou parceria com um agricultor experiente da região, conhecida por sua produção agrícola, especialmente de batatas e cenouras. Essa colaboração permite à startup aproveitar a expertise local em cultivos de larga escala enquanto avança com suas metas de inovação na agricultura molecular.
Alternativa viável à proteína do ovo
A proteína extraída das batatas da PoLoPo inclui ovalbumina, uma alternativa acessível e estável à proteína tradicional do ovo. Essa solução se mostra ainda mais relevante diante de desafios como surtos de gripe aviária, aumento no preço dos ovos e problemas nas cadeias de abastecimento. Recentemente, a PoLoPo firmou parceria com a CSM Ingredients para desenvolver pó de proteína de ovo voltado para aplicações na panificação, atendendo à crescente demanda por substitutos mais estáveis para ingredientes à base de ovos.
Além da ovalbumina, a startup também produz patatina, uma proteína nativa das batatas valorizada por sua versatilidade, propriedades hipoalergênicas e alto valor nutricional. Essa proteína tem amplo potencial de uso nas indústrias de alimentos, bebidas e nutracêuticos.
Aprovação regulatória nos EUA
A PoLoPo aguarda a aprovação regulatória do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), prevista para as próximas semanas. Com essa aprovação, parceiros e produtores norte-americanos poderão iniciar o cultivo das batatas geneticamente modificadas no país.
A CEO da PoLoPo, Maya Sapir-Mir, destacou a importância desse avanço: “Sair do laboratório, passar para as estufas e agora para o cultivo em campo tem sido uma jornada empolgante e representa um grande passo para nós e para o setor de agricultura molecular. O aumento da produção dessa safra nos permitirá fornecer amostras comerciais aos nossos parceiros, possibilitando a integração das proteínas em aplicações alimentares.”
Confira a matéria publicada no vegconomist.
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