A startup americana Algae Cooking Club utiliza o poder da fermentação para produzir, em apenas três dias, um óleo de cozinha de alta qualidade derivado de microalgas, usando significativamente menos recursos e emitindo menos carbono que os óleos vegetais tradicionais.
Este produto, considerado a primeira gordura à base de microalgas lançada no mercado dos EUA, vai além de ser uma alternativa sustentável: é uma verdadeira inovação culinária.
O renomado chef Daniel Humm, do restaurante vegano Eleven Madison Park, premiado com três estrelas Michelin, testou extensivamente o óleo de microalgas em sua cozinha e aprovou sua qualidade, juntando-se ao Algae Cooking Club como Diretor Culinário.
“Estávamos em busca de um óleo com sabor neutro que pudesse realçar ao máximo o sabor e a textura, e finalmente encontramos”, disse o chef à revista Food&Wine.
O impacto das microalgas
Este produto único, descrito como versátil e de “pureza incomparável”, é ideal para diversas tarefas, desde frituras até assados saudáveis. Ele oferece um sabor neutro que valoriza tanto pratos simples quanto gourmet.
Sendo as microalgas ingredientes supernutritivos, o óleo contém 93% de gorduras boas Ômega-9 — uma porcentagem maior que a encontrada em azeite de oliva ou óleo de abacate. Além disso, possui 75% menos gorduras saturadas e apenas uma fração das gorduras linoleicas Ômega-6.
O óleo de microalgas também possui um dos mais altos pontos de fumaça do mercado, alcançando 535°F, o que permite fritar, saltear e grelhar sem liberar fumaça ou deixar sabores queimados ou rançosos.
“Acreditamos que microalgas minúsculas podem ter um grande impacto na nutrição, sustentabilidade e, em última análise, no sistema alimentar global, sem sacrificar o sabor”, afirma o Algae Cooking Club em seu site.
Microalgas na gastronomia
Fundado por Kas Saidi em 2023 e sediado em New Castle, Delaware, o Algae Cooking Club coloca as microalgas no centro da produção sustentável de óleos. Fermentadas em ambientes fechados, essas microalgas produzem grandes volumes de gorduras, proteínas e nutrientes de alta qualidade, utilizando uma fração do solo, água e carbono necessários para a produção de outros óleos.
Saidi revelou à Forbes que, enquanto trabalhava no Squared Circles, um estúdio de venture focado em produtos saudáveis e ecologicamente corretos, identificou o potencial do óleo de microalgas e decidiu investir nesse ingrediente culinário inovador.
Além disso, o processo de fermentação evita o uso de pesticidas, produtos químicos e misturas. Segundo o fundador, a produção de óleo de microalgas consome menos água que a do óleo de girassol e do azeite de oliva, além de ser muito mais eficiente em termos de uso de terras do que o óleo de canola e o azeite. “Em vez de usar fermento, usamos microalgas porque é de onde se originam os óleos vegetais”, explica a startup.
Planos de expansão
O Algae Cooking Club planeja expandir sua linha de produtos com mais óleos de finalização à base de microalgas, em colaboração com a equipe de Daniel Humm. Com novos produtos, a empresa busca ampliar o uso das microalgas na gastronomia e promover sistemas alimentares sustentáveis.
“Muitos óleos de cozinha ainda são provenientes de métodos agrícolas industriais, enquanto as mudanças climáticas estão reduzindo radicalmente a produção agrícola. Estima-se que serão necessários 1,4 bilhão de acres de novas terras agrícolas para alimentar a crescente população mundial”, alerta o Algae Cooking Club em seu site.
Com foco em todos os aspectos da sustentabilidade, o produto é embalado em garrafas de alumínio, oferecendo uma opção de embalagem altamente reciclável.
Confira a matéria publicada na vegconomist.
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