Um relatório da GFI Europe revelou que a pesquisa sobre proteínas alternativas na Europa recebeu, em 2023, mais investimento público e filantrópico do que nunca, saltando de €63 milhões em 2020 para €290 milhões neste ano. A expectativa é que esse valor seja igualado ou superado até o final de 2024.
Desde 2020, a Comissão Europeia destinou €252 milhões para pesquisas em proteínas alternativas, principalmente por meio do programa Horizon Europe. Metade desse valor foi investida em 2023 e no início de 2024.
Principais países investidores
Entre os países, a Dinamarca lidera o investimento, com €96 milhões desde 2020. O Reino Unido vem logo atrás, com €90 milhões, em parte devido à criação de uma rede de centros de pesquisa pela UK Research and Innovation.
Historicamente, a maior parte dos investimentos foi direcionada a alimentos plant-based, mas, em 2023, os investimentos públicos em fermentação ultrapassaram €100 milhões pela primeira vez. As pesquisas sobre carne cultivada também têm recebido mais recursos, com os Países Baixos liderando o investimento com €67 milhões, oriundos principalmente do National Growth Fund.
Abordagem inconsistente de investimento
Uma análise separada da GFI indicou que 26% de todos os artigos acadêmicos europeus sobre proteínas alternativas foram publicados no ano passado, um total de 472 publicações, comparado a apenas 19 em 2010. Entre 2010 e 2023, o Reino Unido foi o país que mais publicou estudos sobre proteínas alternativas, com 255 artigos, seguido pela Alemanha, com 243, e pelos Países Baixos, com 199.
Apesar da oposição governamental às proteínas alternativas, a Itália é o país com o maior número de pesquisadores na área, com 504. Países menores, como Irlanda, Finlândia e Dinamarca, também se destacam em termos de publicações por habitante.
Crescimento em pesquisa de proteínas vegetais e fermentação
A pesquisa sobre proteínas vegetais representa 64% das publicações sobre proteínas alternativas e é a que mais cresce ano a ano. Já as investigações em fermentação e carne cultivada são menores e variam de ano para ano. A GFI observa que, apesar do aumento no investimento, o panorama geral na Europa é inconsistente, com países adotando abordagens e especializações diferentes.
“Este relatório coloca pela primeira vez a pesquisa sobre proteínas alternativas na Europa sob os holofotes, mostrando um campo em rápido crescimento com grandes oportunidades, mas também uma abordagem inconsistente de investimento e uma necessidade urgente de criar uma rede mais coesa”, disse Dr. Stella Child, gerente de pesquisa e subsídios da GFI Europe. “Para aproveitar essa expertise crescente e garantir que as inovações desenvolvidas por cientistas europeus possam ser comercializadas aqui, governos e entidades financiadoras precisam criar mais oportunidades para que cientistas de proteínas alternativas colaborem e forneçam financiamento dedicado para impulsionar a pesquisa em áreas negligenciadas.”
Confira a matéria publicada no vegconomist.
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