A startup de biotecnologia da Nova Zelândia, Nutrition from Water (NXW), anteriormente conhecida como NewFish, desenvolveu um whey à base de microalgas destinado a categorias como esportes, bem-estar, nutrição avançada, além de panificação e confeitaria sem laticínios.
Com o nome comercial de Marine Whey, esse ingrediente oferece um perfil de aminoácidos que compete com as principais proteínas animais tradicionais e supera as proteínas de origem vegetal em termos de digestibilidade. Além disso, é descrito como livre de alérgenos, vegano, não transgênico e possui certificação GRAS pela FDA.
O Marine Whey possui um perfil sensorial neutro, permitindo uma ampla gama de aplicações, desde alimentos e bebidas nutricionais até refeições e lanches diários, beneficiando tanto atletas de elite quanto consumidores comuns.
A NXW planeja lançar o Marine Whey no mercado global dentro de um ano, começando pelos Estados Unidos e Japão. Nos EUA, a startup recentemente se juntou ao MISTA, um ecossistema de inovação aberta em tecnologia alimentar com sede em São Francisco, onde apresentou amostras do seu whey à base de microalgas. Startups de destaque, como NotCo, Geltor e Yali Bio, também se desenvolveram no ecossistema MISTA.
“Assim como um whey de alta qualidade”
“Estamos finalizando nossos protótipos do Marine Whey™ e planejamos fornecer muitas toneladas no próximo ano para parceiros prioritários. Estamos nos divertindo no ecossistema MISTA testando várias aplicações.
“Nosso Marine Whey™ funciona de forma semelhante ao whey de alta qualidade derivado de laticínios, mas com uma pegada ambiental muito menor e um custo escalável que nos permite alimentar milhões de famílias em crescimento na África, Ásia-Pacífico e Américas”, afirmou Toby Lane, CEO da NXW, ao anunciar a parceria com a MISTA.
Essa parceria ocorre após a NXW vencer o prêmio Nutrition for Tomorrow 2024 da Cargill, em Singapura, durante o Future Food Asia, em maio de 2024.
Proteínas não extrativas
Fundada em 2022 por Hamish Howard e Alex Worker, a NXW busca criar uma nova categoria alimentar fermentando micro-organismos como microalgas provenientes de rios, lagos, fontes termais e oceanos intocados.
Para evitar a perturbação dos ecossistemas naturais, a empresa utiliza a ciência marinha não extrativa — fermentação — para preservar a biodiversidade marinha e ao mesmo tempo apoiar a nutrição humana.
Atualmente, a NXW possui escritórios em Auckland e São Francisco, e está trabalhando com um fabricante em Portugal para escalar o produto para o lançamento previsto para o próximo ano.
A empresa conta com o apoio de importantes investidores em biotecnologia, incluindo o acelerador IndieBio de São Francisco, a Katapult Ocean da Noruega, o fundo SOSV, e o velejador olímpico neozelandês Pete Burling. Além disso, a startup tem o apoio do Ministério das Indústrias Primárias do governo da Nova Zelândia através do fundo Sustainable Food & Fibre Futures.
Tornando os nutrientes das microalgas acessíveis
A NXW, dedicada a promover sua filosofia de “nutrição natural da água”, em colaboração com o Instituto Cawthron, já explorou mais de 300 cepas vivas em cultivo e outras 300 cepas criopreservadas, que poderiam representar novos superalimentos.
Conforme explicado pela empresa, um dos principais critérios para a seleção dessas microalgas é seu alto teor de proteínas, crucial para aplicações de nutrição natural. Outras características essenciais para a escalabilidade comercial incluem altos rendimentos (microalgas que podem dobrar sua biomassa diariamente), incorporação eficaz em alimentos e melhor desempenho em ambientes industriais.
A startup destaca que o uso de microalgas cria sistemas de produção de baixo impacto e circulares, onde microalgas produzem açúcares que são usados por outras microalgas para fabricar proteínas.
“As microalgas são organismos com uma estrutura robusta e algumas são extremamente resistentes. Utilizando tecnologia proprietária e propriedade intelectual, a NXW rompe essa estrutura através de processos como homogeneização de alta pressão para tornar os nutrientes dentro das microalgas acessíveis ao corpo humano, além de neutralizar o sabor, aroma e cor.”
Confira a matéria publicada na vegconomist.
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