A empresa de biotecnologia Nuritas, com sede em Dublin, captou US$ 42 milhões em uma rodada de investimento série C para avançar sua plataforma de peptídeos veganos movida a inteligência artificial (IA), com o objetivo de tornar a indústria mais sustentável e promover a saúde pública.
A rodada, que atraiu mais investidores do que o previsto, foi liderada pela M&G Investments, com participação da McWin Capital Partners e de investidores já existentes, como Grosvenor e ECBF. Com esse aporte, o total de investimentos da Nuritas ultrapassa os US$ 117 milhões, incluindo uma rodada série B de US$ 45 milhões há três anos.
Os recursos serão utilizados para expandir a plataforma Magnifier, que utiliza IA para identificar e comercializar peptídeos raros de origem vegetal em uma velocidade muito superior ao padrão da indústria. A empresa também planeja ampliar sua base de clientes B2B e alcançar consumidores em escala global.
“Estamos entusiasmados em contar com a equipe Catalyst da M&G e a McWin Capital Partners, que compartilham nossa visão de tornar ingredientes saudáveis acessíveis a bilhões de pessoas em todo o mundo”, afirmou Nora Khaldi, fundadora e CEO da Nuritas. “Este investimento, junto com a chegada de membros experientes ao conselho, impulsionará nossa missão a novos patamares.”
Peptídeos de nova geração chegam ao mercado em 2025
Os peptídeos, compostos por cadeias curtas de aminoácidos, são os blocos de construção de proteínas como colágeno, queratina e elastina, conhecidos por benefícios como ação anti-envelhecimento, propriedades anti-inflamatórias, reparação da pele e aumento de massa muscular.
Embora os peptídeos possam ser extraídos de fontes animais e vegetais, a Nuritas destaca que a maioria dos ingredientes à base de peptídeos disponíveis hoje não atende às crescentes demandas de saúde e bem-estar dos consumidores. Além disso, o desenvolvimento de novos produtos nesse setor costuma levar décadas e exigir investimentos milionários.
A Nuritas busca revolucionar o mercado ao descobrir peptídeos bioativos em plantas diversas, que podem ser incorporados em alimentos, suplementos, cosméticos e outros produtos funcionais. A empresa afirma ter criado a maior base de conhecimento de peptídeos do mundo e utiliza sua plataforma Magnifier para identificar novos compostos 10 a 50 vezes mais rápido que os métodos tradicionais, com uma taxa de sucesso clínico superior a 80%, muito acima da média do setor.
O produto principal da Nuritas, o PeptiStrong, derivado de favas, promove recuperação muscular, força e regeneração. Recentemente, recebeu o status GRAS (geralmente reconhecido como seguro) da FDA nos Estados Unidos e já está presente em produtos de consumo em diversos continentes, incluindo a marca própria da empresa, Elio Restore.
Outro destaque da Nuritas é o PeptiYouth, que reduz rugas e melhora a textura da pele ao estimular a produção de colágeno. Presente em cosméticos nos EUA e na Ásia, a empresa planeja lançar três novos peptídeos veganos clinicamente validados até 2025.
Abordagem científica atrai grandes parceiros
Com uma trajetória de uma década, a Nuritas já conta com clientes renomados como Nestlé, Mars, Givaudan e Sumitomo Corporation. Seus ingredientes são encontrados em farmácias, lojas de varejo, plataformas online e estabelecimentos especializados.
“Nosso objetivo é melhorar a vida de bilhões de pessoas ao criar ingredientes que enfrentem desafios globais de saúde”, destacou Khaldi. “Por meio de nossa abordagem científica, estamos transformando a forma como os ingredientes são descobertos, permitindo que nossos clientes ofereçam produtos mais saudáveis e inovadores.”
Martin Davalos, sócio da McWin Capital Partners, reforçou: “Acreditamos em produtos mais saudáveis, seguros e sustentáveis, e estamos entusiasmados com a liderança da Nuritas no desenvolvimento de tecnologias e soluções para atender a essa necessidade.”
Outras startups, como VeCollal, Geltor e Active Concepts, também atuam no setor de peptídeos veganos. A Croda Beauty utiliza culturas de células vegetais para seus ativos, enquanto a Avant desenvolve ingredientes cosméticos com células marinhas cultivadas. Já a Shiru aposta em IA para identificar proteínas de origem vegetal e microbiana, oferecendo-as a parceiros corporativos por meio de sua plataforma ProteinDiscovery.ai.
Confira a matéria publicada no Green Queen.
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