Um novo estudo, conduzido pela Universidade de Queensland e publicado no periódico Food Quality and Preference, descobriu que atribuir nomes mais atrativos a pratos plant-based nos menus de restaurantes pode impulsionar as vendas.

De acordo com a pesquisa, o uso de adjetivos para descrever o sabor, a textura e a origem das refeições à base de plantas aumenta o seu apelo. Por exemplo, descrições como “suculento hambúrguer americano” e “saborosa lasanha italiana de legumes” são mais atraentes do que “hambúrguer vegano” ou “lasanha de legumes”. Esse efeito pode ser potencializado ao usar nomes mais simples para opções à base de carne.

Intervenção acessível

O estudo observa que a maioria dos restaurantes adota atualmente uma abordagem oposta, com pratos à base de plantas nomeados de maneira a retratá-los como saudáveis, porém sem graça, enquanto os pratos à base de carne são descritos de maneira mais saborosa. Isso leva a um desinteresse pelas refeições à base de plantas, pois a maioria das pessoas quer se deliciar ao comer fora e tende a não escolher opções que soem saudáveis. Além disso, termos como “vegano”, “vegetariano” e “livre de carne” são desestimulantes para os carnívoros, que sentem que esses pratos não são destinados a eles.

Mudanças na linguagem foram usadas anteriormente com sucesso em campanhas de saúde pública para questões como cessação do tabagismo e vacinação. Utilizar essa estratégia para promover pratos à base de plantas oferece uma intervenção simples e acessível, que não reduz o número de opções à base de carne disponíveis, evitando reclamações dos carnívoros.

“Contribuição significativa”

No entanto, embora as mudanças de nome tenham incentivado mais carnívoros no estudo a escolher opções à base de plantas, isso se aplicou apenas a subgrupos específicos — principalmente, carnívoros que têm preocupações ambientais e de saúde. Cerca de 25% dos australianos se enquadram nessa categoria e, entre esse grupo, a escolha de refeições à base de plantas aumentou cerca de 7%. Embora seja um percentual relativamente pequeno, os benefícios ambientais potenciais são enormes — escolher uma refeição vegetariana em vez de uma à base de carne bovina economiza cerca de 17 kg de CO2e por refeição.

Por outro lado, os carnívoros inflexíveis não tinham mais probabilidade de escolher opções à base de plantas depois que os pratos foram renomeados. Consequentemente, os pesquisadores observam que essa estratégia por si só não é suficiente e sugerem outras mudanças potenciais, como usar imagens atraentes de pratos à base de plantas e imagens menos atrativas de opções à base de carne.

Pesquisas anteriores também destacaram a importância do uso de linguagem sensorial para descrever opções à base de plantas, juntamente com a evitação de termos como “vegano” e “vegetariano”.

“Concluímos que usar nomes atraentes para pratos à base de plantas nos menus de restaurantes pode representar uma maneira economicamente viável de atrair segmentos específicos do mercado consumidor para escolher pratos à base de plantas em vez de pratos à base de carne ao se alimentar fora. Com a comida contribuindo com quase 25% das emissões globais, mudar as escolhas alimentares mesmo para os menores segmentos do mercado pode representar uma contribuição significativa para a mitigação das mudanças climáticas”, afirmam os autores do estudo.

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Por Vitor Di Renzo em 29 de novembro
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