A New School Foods anunciou a conclusão de uma nova rodada de investimentos, arrecadando mais R$ 30 milhões (equivalente a US$ 6 milhões), elevando o total de captado pela empresa para cerca de R$ 90 milhões. Esta última rodada de investimentos contou com a participação de grandes entidades globais, como o Inter IKEA Group, Good Startup, NewTree Capital e Hatch.

A IKEA, que gera cerca de R$ 12 bilhões anuais em vendas de alimentos, sendo os frutos do mar a sua segunda maior categoria depois das famosas almôndegas, estabeleceu metas ambiciosas para ampliar a oferta de pratos plant-based em seus restaurantes. Até 2025, a empresa pretende que 50% das refeições principais oferecidas sejam plant-based, 80% sejam sem carne vermelha e 80% de todos os alimentos embalados também sejam plant-based. Além disso, a IKEA visa que 80% das refeições principais atendam à norma de Refeição Balanceada IKEA, focada em opções mais saudáveis.

Comentando sobre o investimento, Robert Carleke, gerente de inovações no Inter IKEA Group, declarou: “A New School Foods é uma verdadeira pioneira na indústria de proteínas alternativas, e ficamos impressionados com a equipe, seus produtos e a tecnologia de produção que desenvolveram. Estamos curiosos para explorar e aprender mais sobre o potencial das alternativas plant-based.”

Nova fábrica de produção

O investimento coincide com a inauguração de uma nova unidade piloto de produção da New School Foods em Toronto, com uma área de 2.600 metros quadrados. A nova fábrica começará a produzir o primeiro produto comercial da empresa, um filé de salmão inteiro plant-based, que deverá ser lançado em restaurantes nos Estados Unidos e Canadá ainda este ano.

A instalação conta com a Linha de Montagem Comercial V1, que utiliza tecnologias patenteadas da New School, como a formação de estruturas (scaffolding) e o congelamento direcional. Essas tecnologias replicam as fibras musculares e os tecidos conectivos encontrados em frutos do mar e carnes, oferecendo uma alternativa vegetal que imita de forma realista a textura e a sensação ao paladar do peixe tradicional.

Chris Bryson, CEO e fundador da New School Foods, destacou a importância da nova instalação para atingir a escala comercial: “Trabalhamos arduamente no último ano para alcançar a escala comercial. Nossa unidade piloto e a implementação da linha de produção V1 são marcos críticos para a empresa, permitindo-nos produzir produtos inovadores e levá-los ao mercado.”

A abordagem inovadora da New School Foods para alternativas à carne plant-based enfrenta dois desafios significativos na indústria: a dependência de tecnologia de extrusão, que muitas vezes compromete a qualidade do produto, e a dificuldade em alcançar uma textura e sabor comparáveis aos da carne tradicional.

Tecnologia escalável

A técnica de congelamento direcional baseada em frio da empresa, combinada com sua tecnologia proprietária de formação de estruturas, permite a criação de produtos plant-based que se assemelham muito à textura e ao processo de cozimento de seus equivalentes de origem animal. A tecnologia da New School Foods também é escalável, permitindo a produção global enquanto mantém a consistência do produto.

A empresa planeja continuar aprimorando seus produtos por meio de colaborações com chefs em seu programa piloto exclusivo para chefs. O programa convida chefs, restaurateurs e outros profissionais de serviços alimentícios a participar do desenvolvimento e teste dos produtos da New School Foods.

Carleke concluiu: “Por meio de nossos investimentos, buscamos apoiar empresas que estão liderando a próxima geração de produtos e materiais sustentáveis, e a dedicação contínua da New School Foods à sustentabilidade e inovação exemplifica esse objetivo.”

Confira a matéria publicada na vegconomist.

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