Em um esforço para tornar a cadeia global de suprimentos de café mais resiliente, a Nestlé desenvolveu uma nova variedade de café arábica, conhecida como Star 4, que promete alto rendimento e menor emissão de gases de efeito estufa.
Criada pela equipe de ciência agrícola da Nestlé no Brasil, maior produtor mundial de café, a Star 4 foi selecionada por sua resistência à ferrugem do café, uma doença fúngica que devasta plantações e cuja incidência está aumentando devido às mudanças climáticas. A nova variedade mantém o sabor característico do café brasileiro.
“Estamos orgulhosos de dar mais um passo importante rumo a cadeias de suprimentos de café mais resilientes, garantindo que os consumidores possam continuar apreciando um ótimo café no futuro”, disse Jeroen Dijkman, chefe do Instituto de Ciências Agrícolas da Nestlé.
Por que a Nestlé desenvolveu uma variedade de café resistente ao clima
O café, a segunda bebida mais consumida no mundo depois da água, enfrenta grandes desafios. A arábica, que representa 70% do fornecimento global de café, está ameaçada pela crise climática e pode se extinguir nos próximos 60 anos. Além disso, 60% das espécies de café estão sob risco.
As áreas adequadas para o cultivo de arábica estão encolhendo e podem ser reduzidas pela metade até 2050. As condições climáticas extremas estão levando a rendimentos mais baixos e preços crescentes, com os futuros de arábica subindo 34% desde o início do ano em Nova York, atingindo US$ 5.556 por tonelada na semana passada.
Inovação da Nestlé é crucial
A Nestlé, maior marca de café do mundo, detém 22% do mercado de varejo com suas marcas Nespresso, Nescafé e Nescafé Dolce Gusto. A nova variedade Star 4, com maior resistência à ferrugem e grãos maiores, demonstrou rendimentos substancialmente superiores em testes de campo, reduzindo sua pegada de carbono.
A empresa afirmou que o desenvolvimento de soluções locais como a Star 4 contribui para seu “Agriculture Framework”, que promove práticas agrícolas sustentáveis e sourcing responsável. No âmbito do “Nescafé Plan 2030”, a Nestlé planeja cortar pela metade as emissões de sua produção de café e obter pelo menos 50% da colheita através da agricultura regenerativa.
Novas inovações para enfrentar o problema climático do café
A variedade Star 4 possui emissões mais baixas devido ao maior potencial de rendimento, produtividade das plantas e métodos agrícolas aprimorados. “Otimizar as práticas de cultivo é vital, pois são o principal fator que contribui para o impacto ambiental de uma xícara de café”, afirmou Marcelo Burity, chefe de desenvolvimento de café verde da Nestlé.
O cultivo de café é altamente emissor de carbono, superado apenas por alimentos como chocolate amargo e carnes vermelhas. Além disso, são necessários 140 litros de água para produzir e transportar grãos suficientes para uma única xícara.
Startups como Voyage Foods, Atomo e Prefer estão criando cafés sem grãos através da fermentação e processamento de subprodutos agrícolas. Outros desenvolvem versões baseadas em células e usam biologia molecular e genética de cultivos para variedades perenes de café.
Starbucks, que compra 3% do café mundial, anunciou a criação de seis variedades de arábica resistentes ao clima e está distribuindo esses cultivares para testes gratuitos com agricultores.
Perspectivas para o futuro
Nestlé está conduzindo testes para sua nova variedade de café em São Paulo e Minas Gerais, e registrou a Star 4 como uma variedade de arábica no Brasil, em parceria com a fundação local Procafé. Embora ainda leve alguns anos para ser distribuída aos agricultores, é um passo crucial.
Além disso, a Nestlé desenvolveu anteriormente as variedades Roubi 1 e Roubi 2, duas robustas que estão sendo lançadas no México.
Confira a matéria publicada na Green Queen.
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