Os resultados de um recente estudo publicado na Nature Sustainability são impactantes. Os pesquisadores da Universidade de Nova York descobriram que mudar para alimentação vegana, em substituição à dieta usual – que mantém o status quo, pode ajudar a eliminar o equivalente a 16 anos de emissões de CO2 em todo o mundo até 2050.

Inicialmente, o estudo discorre sobre os problemas ambientais decorrentes da exploração de animais para consumo humano. Como já sabemos, alimentos de origem animal têm grandes pegadas de carbono porque os animais normalmente consomem mais macronutrientes alimentares do que produzem.

Para chegar aos resultados, eles analisaram áreas do globo onde a terra que está sendo usada para a produção de alimentos de origem animal eliminou a vegetação natural. Com a hipótese de mudança para a alimentação vegana, estas áreas poderiam ser reflorestadas.

Assim, foram mapeadas as áreas onde as sementes teriam o potencial de se dispersarem naturalmente. Crescendo e se multiplicando em florestas densas e biodiversas e outros ecossistemas que trabalham para remover o dióxido de carbono que nos ameaça.

Em seguida, os resultados revelaram que há mais de 7 milhões de quilômetros quadrados de terras onde as florestas seriam úmidas o suficiente para crescer novamente e prosperar naturalmente. Isso é quase o tamanho de todo o imenso território brasileiro.

O potencial da mudança para uma alimentação vegana

Todo esse mapeamento permitiu à equipe de pesquisadores entender o que aconteceria se os consumidores de carne mudassem para uma alimentação vegana e os produtores de animais restaurassem a área ao seu ecossistema natural. Tudo isso porque, a restauração de ecossistemas nativos, incluindo florestas, é uma opção viável para a remoção do dióxido de carbono (CO2) atmosférico.

A dieta com foco no consumo de animais e seus derivados resulta em desmatamento e contribui diretamente para o aquecimento global. No estudo em questão, a dieta vegana resulta na remoção total e 547 GtCO2, o que equivale cerca de 16 anos de emissões de combustíveis fósseis.

Além da dieta vegana, o estudo também enfatiza os benefícios da dieta da Comissão Eat-Lancet, com redução de 70% no consumo de carne. Esta última, seria capaz de remover 332 GtCO2, equivalente a 9 anos de emissões fósseis.

Desse modo, os pesquisadores concluem afirmando que mudar para alimentação vegana resultaria em benefícios ambientais. Enfim, isso ajudaria a vegetação a crescer nessas áreas, resultando no sequestro de 9 a 16 anos de emissões de combustíveis fósseis até 2050.

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