É cada vez mais comum que os pais busquem por alimentação vegana para crianças, e as principais perguntas giram em torno dos aspectos de saúde e segurança de uma alimentação à base de plantas para os pequenos.

Pelo menos 14% da população brasileira se autodeclara vegetariana e estima-se que aproximadamente 7 milhões sejam veganos. Pais que seguem dietas à base de plantas tendem a desejar o mesmo para seus filhos, e assim como em qualquer dieta, a inclusão de nutrientes de qualidade e em quantidades adequadas é o fator primordial.

Primeiramente, é importante salientar que você pode optar por seguir uma alimentação vegana porque é boa para o meio ambiente, os animais ou a sua saúde – ou até mesmo as três. Mas, quando o assunto é a saúde dos filhos, as dúvidas parecem incomodar, principalmente, por que há uma cobrança social que extrapola as paredes de casa.

Alimentação vegana e a saúde das crianças

Seja qual for o motivo, se você é vegano, é provável que já tenha se acostumado a uma boa quantidade de olhares curiosos, perguntas e conselhos não solicitados daqueles que não entendem suas escolhas alimentares.

Certamente, tudo isso se agrava quando se trata da alimentação das crianças, e você pode se perguntar se uma dieta à base de plantas também é realmente boa para elas. Além disso, o tempo não colabora e parece passar mais rápido para que logo chegue o período de introdução alimentar.

A boa notícia é que a alimentação vegana para crianças já não é um assunto tão obscuro. De acordo com a Nutricionista Ana Paula Parsekian, uma dieta vegana pode ser saudável para crianças, desde que atenda adequadamente as necessidades nutricionais do indivíduo. Além disso, iniciar uma alimentação vegana é mais fácil que realizar uma transição alimentar posteriormente.

Satisfazendo as necessidades nutricionais

Assim como os adultos, os corpos em crescimento das crianças tem necessidades específicas de nutrientes, portanto, é importante garantir que elas recebam o suficiente. Portanto, uma das principais recomendações quando se trata de bebês (até dois anos) é a amamentação.

Primordialmente, observe que os bebês não devem ser alimentados com nenhum leite, inclusive à base de plantas, como bebida primária, antes dos 12 meses de idade. Além disso, mesmo após essa idade, a preferência é sempre do leite materno.

Pode até parecer exagero, mas se os bebês tem naturalmente uma fonte tão ricaem nutrientes, por que não a aproveitar ao máximo?

Sobretudo, na introdução alimentar, ao contrário do que muitos pensam, quando uma criança segue uma dieta à base de plantas, é fácil garantir a ingestão adequada de nutrientes essenciais. Para esse momento, o ideal é consultar um profissional de nutrição, então anote todas as dúvidas e não saia da consulta sem saná-las.

Grãos, frutas, verduras e leguminosas, em quantidades adequadas, devem compor a alimentação da criança, para que ela cresça saudável e bem nutrida. Ao propósito, a alimentação baseada em plantas não deixa nada a desejar em sabor e em qualidade nutricional.

Introdução da alimentação à base de plantas

O processo de introdução alimentar para crianças veganas segue os ritos usuais, desse modo, alguns cuidados devem ser observados para garantir a segurança e a saúde. Sobretudo, é interessante dar preferência a alimentos naturais, mas se for o caso, é bom lembrar de verificar o rótulo de alimentos industrializados, que podem conter açúcar adicionado e outros ingredientes prejudiciais.

Por outro lado, dietas vegetarianas, assim como qualquer outra, precisam garantir o fornecimento dos nutrientes essenciais, incluindo ferro, zinco, cálcio e ácidos graxos. Desse modo, desde que bem planejada, com atenção adequada a componentes nutricionais específicos, a alimentação vegana para crianças proporcionar um estilo de vida saudável em todas as fases do crescimento.

Portanto, para garantir a criança receba o suficiente desses nutrientes essenciais, é necessário procurar boas alternativas à base de plantas. Por exemplo, para ajudar a receber as quantidades de ferro, cálcio e zinco de que precisa todos os dias, considere oferecer tofu ou grãos como grão-de-bico e feijão.

Nozes, sementes de linhaça, chia e gergelim, assim como folhas verdes escuras, como de couve e espinafre podem ser boas versões vegetais, enquanto os sucos naturais ajudam a complementar a hidratação e a oferta de vitaminas.

As reações da criança aos alimentos

Ademais, não basta oferecer à criança os alimentos que julgar necessário, é importante descobrir quais sinais observar, que podem indicar que as necessidades nutricionais não estão sendo atendidas. Por exemplo, mudanças de humor ou mudanças de energia podem sinalizar um problema.

No início, convém manter um diário de alimentos, onde são registrados os alimentos oferecidos e as reações da criança, como preferências por certos alimentos e rejeição a outros. Em seguida, você pode revisar o diário com sua nutricionista para garantir que não esteja ocorrendo nenhum desequilíbrio alimentar.

Inegavelmente, também é importante observar qualquer impacto emocional que seguir uma dieta vegana possa ter para a criança.

Seguir uma dieta restritiva ou altamente especializada pode levar a comportamentos alimentares restritivos na vida adulta. Portanto, Ana Paula alerta que quanto mais inclusiva e diversificada a alimentação for, desde a introdução alimentar, maiores as chances de que o indivíduo siga uma alimentação saudável por toda a vida.

“Independentemente do tipo de alimentação escolhida, é vital ter uma dieta equilibrada”, diz Ana Paula.

Entenda mais sobre veganismo e saúde e aproveite esses 5 passos para se tornar vegano.

Por Nadia Gonçalves em 1 de maio
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