O mercado de substitutos de carne atingirá US$ 234,7 bilhões até o ano de 2030, registrando um CAGR de 42,1% durante o período (2022 – 2030), segundo um relatório da Grand View Research, empresa de consultoria de negócios. O estudo explorou o alimento dividindo por fonte (proteína plant-based, à base de soja e micoproteína, entre outros), canal de distribuição (food service e varejo) e por região.
Os substitutos de carne possuem diversas origens, por exemplo, soja, cogumelos, feijão, jaca, ervilhas e glúten de trigo.
A empresa de consultoria também oferece algumas razões para explicar o crescimento desse mercado: busca pelo controle do peso e redução do colesterol, diminuir a gordura saturada na alimentação, receio sobre doenças transmitidas pelos animais com consequente busca por substitutos de carne, adoção da Segunda sem Carne (iniciativa presente em vários países), presença de marcas de carne alternativa em restaurantes e mercearias, bem como maior conscientização a respeito dos benefícios de uma dieta vegana.
Além disso, também existem as críticas a pecuária que faz com que surjam tipos de alimentação que reduzem ou excluem alimentos de origem animal, fazendo com que aumente o mercado de substitutos de carne, entre outros.
Análise regional do mercado de substitutos de carne
O relatório realizou uma análise regional do setor, ressaltando que a Europa dominou o segmento no ano passado, com a maior participação de receita, contabilizando 39,1%. Isso se dá devido ao aumento dos veganos, flexitarianos e também da maior conscientização a respeito do bem-estar animal por parte da população.
Enquanto isso, a Ásia-Pacífico deverá registrar um CAGR de 47,0% durante o período da previsão, com a China e a Austrália impulsionando mais a região. Aqui é mencionado que existe uma maior conscientização a respeito da saúde, influência das mídias sociais e substituição das proteínas animais pelas vegetais, além disso, há uma maior variedade desses produtos na região se for comparado com o passado.
“O fator saúde está promovendo fortemente o crescimento de produtos substitutos de carne em diferentes regiões do mundo. Assim, os consumidores estão se concentrando não apenas em encomendar substitutos de carne on-line, mas também em comprá-los em supermercados. Por exemplo, houve uma produção de 140 produtos substitutos de carne nos Estados Unidos até 2018 com um aumento de vendas de US$ 5 bilhões no ano de 2020, contribuindo assim para o crescimento do mercado de substitutos de carne”, mencionou o comunicado.
Principais players do setor
Segundo o Grand View Research, alguns dos principais players do setor são:
- Amy’s Kitchen
- Beyond Meat
- Impossible Foods Inc.
- Quorn Foods
- The Kellogg Company
- Unilever
- Meatless B.V.
- VBites Foods Ltd.
- Sunfed
- Tyson Foods, Inc.
Nem todas as empresas são 100% veganas, porém, podem ter marcas ou produtos que se enquadram nesse quesito.
Como está a situação brasileira?
Aqui no Brasil, o setor também está em crescimento.
Segundo estudo do Euromonitor, o consumo de alimentos plant-based no país cresceu quase 70% em cinco anos, indo de US$ 48,8 milhões (2015) até US$ 82,8 milhões (2020).
Além disso, a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), baseada em estudos da Mintel, apontou que os lançamentos globais de produtos do setor cresceram 40% entre 2015 e 2019, sendo que o Brasil é a região com o maior número de lançamentos no período ao se considerar as América do Sul e Central.
A Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC), em pesquisa encomendada pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) realizada no ano passado, também relatou que 46% dos brasileiros não consomem carne de origem animal, por desejo próprio, pelo menos uma vez na semana e 32% priorizam a opção vegana nos restaurantes, caso a informação esteja destacada.
Isso tudo demonstra que o mercado já está aquecido e que ainda vai longe.
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*Imagem ilustrativa de capa: Unsplash