Os motivos são os mais variados e as previsões estimam que o mercado de alimentos veganos chegará a US$ 74,2 bilhões até 2027.
Dentre os diversos fatores que impulsionam o crescimento do mercado de produtos à base de plantas, os principais a serem considerados são:
- o aumento da intolerância à proteína animal,
- a crescente urbanização com novos anseios do consumidor,
- o aumento do número de veganos, vegetariano e flexitarianos,
- mais investimentos de risco significativos em fabricantes de produtos à base de plantas.
Além disso, há também um crescente foco em pesquisa, desenvolvimento e lançamentos de novos produtos e a crescente demanda das economias emergentes, representadas por Ásia-Pacífico, América Latina, Oriente Médio e África, que devem criar lucrativas oportunidades de expansão para este mercado.
A saúde como pano de fundo
Diante tantas motivações, é provável que o aumento nas vendas de produtos veganos se deva principalmente aos seus benefícios para a saúde.
De acordo com um novo relatório da plataforma de insights do consumidor, impulsionada pela inteligência artificial, Tastewise, intitulado “Alimentação baseada em plantas: uma visão panorâmica do mercado de US$ 42 bilhões”, a saúde pessoal continua sendo o principal fator motivador para o aumento das vendas de alimentos veganos.
A Tastewise identificou uma crescente ênfase na busca por alimentos saudáveis e funcionais, visando principalmente a perda de peso, com aumento de 21% no último ano. Além das questões relacionadas ao peso, o relatório também destaca aumento do interesse na saúde intestinal e na melhoria geral da energia, proveniente da alimentação.
O consumo de alimentos veganos está intimamente ligado à tendência alimentar saudável, uma vez que se traduz em inúmeros benefícios físicos.
Curiosamente, houve aumento do consumo de alimentos à base de plantas para ajudar na fertilidade, 43% a mais em relação ao ano anterior.
Ademais, o relatório enfatiza que o consumo de alimentos veganos, provavelmente, está pouco relacionado com os direitos dos animais, uma vez que esta motivação é citada em apenas 10% das discussões. O mesmo se traduz para as questões de sustentabilidade.
Alimentação vegana e saúde
Não é novidade que o consumo de carne está relacionado a inúmeros agravos à saúde. A própria Organização Mundial da Saúde – OMS, já colocou as carnes processadas como produtos altamente cancerígenos, bem como, o consumo de carne vermelha como potencialmente cancerígeno.
Em contrapartida, a American Heart Association publicou um estudo onde o consumo de dietas baseadas em plantas é associado à redução do risco de doenças cardiovasculares e da mortalidade em geral. Similarmente, de acordo com um estudo da Harvard Medical School, abandonar o consumo de carne pode prevenir cerca de um terço das mortes prematuras.
Em 2019, um estudo americano revelou que 80% dos consumidores pretendem trocar a carne por alternativas veganas. Enquanto 48% dos americanos compram regularmente leite vegetal, de acordo com uma pesquisa IPSOS de 2018.
No Brasil, apesar dos números atuais serem imprecisos, o volume de interesse por alimentação vegana também tem aumentado consideravelmente.
Impulso para o mercado de alimentos veganos
Recentemente, o Vegan Business publicou um artigo sobre essa busca pela alimentação saudável que tem impulsionado o crescimento da alimentação vegetariana. Os achados daquele artigo corroboram com a ideia de que, se as pessoas estão buscando por alimentos mais saudáveis, o mercado deve se alinhar a essa intenção.
De fato, a pandemia de COVID-19 também tem sua participação neste impulso, tudo isso porque, além de afetar gravemente a produção e o comércio de carne em todo o mundo, trouxe um feixe de luz aos problemas causados pela indústria da carne, que incluem o risco de novas doenças zoonóticas potencialmente pandêmicas.
Estima-se que a pandemia seja responsável por um decréscimo global no consumo de carne, algo na ordem de 3%, o que representa cerca de 9,5 bilhões de toneladas. Em contrapartida, a procura por leites vegetais nunca foi tão elevada. Similarmente, as vendas de carnes vegetais quase triplicaram durante o primeiro semestre de 2020, e as entregas de alimentos veganos também bateram recorde.
Perspectivas para o mercado
Considerando os resultados apresentados pela Tastewise, tudo indica que o mercado carece de opções que atendam às demandas de um público sedento por produtos saudáveis. Neste panorama, há inúmeras oportunidades para produtos com baixo teor de carboidratos e alto teor de proteínas, por exemplo.
Dentre os potenciais clientes para alimentos veganos, há níveis que se distinguem de acordo com a intenção, bem como, os motivos pela escolha alimentar. Por exemplo, há quem se interesse apenas pelos benefícios à saúde, outros só pelo sabor. Isso carece ser considerado quando do desenvolvimento de novos produtos.
Simultaneamente, o cenário online oferece possibilidades ainda pouco exploradas. Por exemplo, a obtenção de dados para compreender as expectativas dos consumidores para moldar o desenvolvimento de novos produtos veganos.
Num mercado multibilionário como o de alimentos veganos, é hora de emergir uma visão mais profunda das expectativas dos consumidores, como um meio de retroalimentar a emergente demanda.
Gostou? Veja também este artigo sobre o poder do marketing para mercado de alimentos veganos.
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