Você já imaginou qual é a percepção das pessoas sobre os laticínios produzidos sem as vacas? O relatório da biotech Formo, feito em colaboração com a Mercy for Animals e a Fordham University investigou esse assunto, verificando como os consumidores se sentiam com relação aos laticínios feitos com fermentação de precisão. 

Laticínios sem vacas: mais sobre a técnica de fermentação de precisão 

O relatório foi baseado em grupos de foco nos Estados Unidos, Reino Unido, Cingapura e Alemanha, introduzindo os participantes ao conceito de produzir proteínas iguais aos do leite sem a utilização das vacas ao fazer uso da fermentação de precisão, codificando os microorganismos com o DNA das proteínas de leite. Isso permite a elaboração de soro de leite e caseína, idênticos aos de origem animal.

O professor Garret Broad, da Fordham University, comentou em um comunicado: “Há relativamente pouca pesquisa sobre a percepção do consumidor em relação aos laticínios feitos com fermentação de precisão, então essa colaboração ofereceu um passo valioso para entender essa nova categoria de alimentos. As evidências demonstram a importância que os consumidores atribuem à clareza regulatória e a transparência de comunicação do setor, bem como sua abertura às novas opções nos corredores de supermercados”.  

Os achados do relatório 

O estudo informou que as pessoas relacionaram as vantagens do leite feito com fermentação de precisão com as questões ambientais e seu estilo de vida, o bem-estar animal também se tornou atraente após uma reflexão mais profunda dos participantes. 

Sobre o bem-estar animal, foi informado que a maioria dos entrevistados concordou que essa tecnologia reduziria as más condições aos quais as vacas são expostas na agropecuária industrial. Com relação à sustentabilidade, muitas pessoas também reconheceram que ao apoiar as novas tecnologias e medidas, poderiam auxiliar a minimizar as mudanças climáticas. Aqui vale mencionar que o gás metano — produzido pelas vacas — é muito poluente e a maioria já sabia desse fato. 

Além disso, os participantes também apontaram como benefício o fato de poder ser produzido de forma mais local, bem como reduzir o uso de terra e outros recursos naturais. 

Oscar Zollman Thomas, analista de negócios da Formo, ressaltou: 

“Foi gratificante ver os consumidores ligarem os pontos na motivação por trás de uma nova forma de produção de laticínios: melhor para o meio ambiente, melhor para os animais e urgentemente necessário em relação ao crescimento populacional atual. Também serviu como lembrete da responsabilidade que temos em apresentar esses produtos ao mundo— comunicando de forma transparente e honesta não apenas a ciência, mas também a lógica por trás desses produtos”. 

Como chamar esse tipo de produto? 

Para escolher o nome, é sempre bom verificar a compreensão e opinião do consumidor. 

Aqui foram apresentados alguns tipos de nomes para os participantes: laticínios livres de animais (animal-free dairy), laticínios de última geração (next-gen dairy), laticínios cultivados (cultivated dairy), laticínios bioidênticos (bio-identical dairy) e laticínios paralelos (parallel dairy). 

A maioria preferiu o termo laticínios livres de animais, por ser atrativo e claro, adicionando a palavra laticínios para distinguir das opções à base de plantas. 

Portanto, o estudo indicou que as startups utilizassem essa palavra para seus produtos feitos com fermentação de precisão, bem como explicassem o funcionamento do alimento ou bebida através do próprio site, vídeos e embalagens.  

Para ler o relatório completo, baixe no site: A New Way of Making Dairy (inglês)

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*Imagem de capa: Reprodução Formo/ via Instagram @eatformo | Preparado pelo chef Ricky Saward

Por Amanda Stucchi em 16 de fevereiro
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