A startup Shiru levantou US$ 17 milhões em uma rodada da Série A para comercializar ingredientes veganos em 2022, com foco nas empresas globais de alimentos e nos bens de consumo embalados (CPG). 

A empresa utiliza machine learning (computadores com capacidade de aprender conforme as respostas esperadas por meio de associações de dados) e a biofermentação para criar seus produtos. 

“Redesenhando os alimentos, podemos reverter o aquecimento global, restaurar os ecossistemas nativos e tornar as pessoas saudáveis”, contou a empresa. 

Quem liderou o investimento foi a S2G Ventures, além das participações de Lux Capital, The W Fund, CPT Capital e Y Combinator, entre outros. Até o momento, a empresa já recebeu US$ 20 milhões em investimentos. 

A startup tem diversos planos com o valor do investimento: dobrará sua equipe — atualmente, possui 22 funcionários —  se mudará para instalações de pesquisa e desenvolvimento e também para a sede na Califórnia. Além disso, expandirá sua tecnologia e produção de ingredientes veganos. 

Como funciona a criação dos ingredientes veganos? 

Pode ser que você esteja com dúvidas sobre isso. 

Funciona assim: a startup descobre novos ingredientes ao realizar a engenheira reversa dos ingredientes convencionais até o nível molecular. 

Dessa forma, é possível reconstruir os ingredientes mais populares sem a necessidade de animais, tendo assim, uma origem mais sustentável. 

Se isso ainda está um pouco confuso, vamos ao passo a passo? 

  • Descoberta — aqui é utilizado a bioinformática, a inteligência artificial e o machine learning para investigar e identificar sequências, estruturas e relações funcionais que determinam se uma proteína é um bom ingrediente alimentar. Dessa forma, é possível definir computacionalmente quais proteínas são responsáveis pelo sabor, textura e nutrição. Assim, os produtos derivados de animais podem ser substituídos. 
  • Desenvolvimento — quando se encontra os melhores ingredientes das plantas, o DNA delas são isolados. Depois, são colocados na levedura para produzir os ingredientes naturais de maneira eficiente. Ao fazer a fermentação de precisão, os cientistas da startup afirmam produzir proteínas que são réplicas moleculares exatas de proteínas vegetais, realizando uma engenharia reversa de atributos dos alimentos de origem animal. 
  • Inovação — a empresa já está trabalhando com marcas conhecidas em versão beta, visando substituir as proteínas de origem animal (como a do ovo e a do leite). A ideia é que o negócio permita que outras empresas construam um sistema alimentar mais sustentável para o nosso século. 

A fundadora, Jasmin Hume, relatou em uma comunicação: “A indústria global de alimentos está bem ciente da demanda voraz dos consumidores por alimentos sustentáveis, bem como do imenso poder do setor para ajudar a resolver nossa crise climática”

Ela também acrescentou: “O objetivo de Shiru é tornar as coisas simples e econômicas para que todas as empresas de alimentos, de conglomerados multinacionais a startups inovadoras, façam a coisa certa para as pessoas e para o planeta”. 

Sobre a empresa Shiru

A empresa foi fundada pela Jasmin Hume em 2019, nos Estados Unidos. 

Ela é uma bioquímica de proteínas e empresária, com a meta de criar ingredientes sustentáveis que ajudem a conservar a água, desacelerar o aquecimento global e interromper a crise de extinção no nosso planeta. 

A ideia é tornar mais rápido (e mais fácil) para as empresas de alimentos adicionarem as proteínas à base de vegetal nos seus portfólios, sem a necessidade de criar a biotecnologia internamente. 

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*Imagem de capa do time da startup: Divulgação Shiru

Por Amanda Stucchi em 3 de novembro
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