A Arkeon Biotechnologies, startup da Áustria, levantou mais de US$ 7 milhões em uma rodada seed. A empresa tem como missão criar um sistema alimentar mais sustentável, sendo que utiliza o dióxido de carbono para criar ingredientes proteicos. Para fazer isso, é aplicada a tecnologia patenteada Arkeon, que converte gases inorgânicos em alimentos orgânicos. 

Como é o processo para a criação dos ingredientes proteicos?

São executadas as seguintes etapas: (1) Captura do CO2 da indústria para converter em alimentos orgânicos, aqui a empresa pega um único micróbio e o cultiva através da fermentação, (2) o processo de fermentação tem uma única etapa para criar o ingrediente proteico alternativo, a empresa informou que os micróbios produzem naturalmente todos os 20 aminoácidos em uma única fermentação, (3) o resultado é um produto proteico vegano, com os aminoácidos da proteína de origem animal. 

A tecnologia da empresa libera o potencial do microorganismo archaea, um dos microorganismos mais antigos do mundo que está interligado com a criação da vida na terra. Foram descobertos em ambientes extremos — e prosperam por lá — como as fontes termais terrestres e hidrotermais. 

A equipe científica é liderada por Simon Rittmann, que descobriu uma cepa de Archaea capaz de converter o dióxido de carbono em todos os 20 aminoácidos precursores das proteínas através da fermentação natural. 

Os produtos da empresa são negativos em carbono e livres de modificações genéticas, sendo que com a tecnologia é possível criar peptídeos, aminoácidos e proteínas de células únicas. Para ter uma ideia, é utilizado 99,9% menos terra e só 0,01% de água em comparação com a agricultura tradicional. 

É possível aplicar esses produtos como ingredientes clean label para alimentos plant-based, bebidas, produtos nutricionais e até mesmo como meio de cultura para a carne cultivada, entre outros. 

A proteína foi escolhida pela empresa já que é um processo insustentável, é citado que em 2050 teremos 10 bilhões de pessoas e iremos precisar de 2 vezes mais terra para atender a demanda de alimentos.  

O Dr. Gregor Tegl, cofundador e Diretor Administrativo da Arkeon Biotechnologies, explicou em um comunicado: “Pela primeira vez na história, podemos virar a equação da produção moderna de alimentos de cabeça para baixo e transformar uma indústria de uso intensivo de recursos em um sistema sustentável de baixa emissão”. 

Os participantes incluíram o Synthesis Capital, capital de risco que investe em tecnologias de alimentos, e ReGen Ventures, empresa de venture capital que investe em empresas com tecnologias regenerativas, entre outros. 

O Dr. Gregor Tegl também destacou: “Estamos orgulhosos de fazer parceria com investidores experientes que acreditam fortemente em nossa visão de produzir a próxima geração de ingredientes proteicos apenas a partir de CO2”. 

Sobre a Arkeon Biotechnologies 

“O primeiro passo é estabelecer que algo é possível; então — a probabilidade ocorrerá”, a história da empresa estampa essa frase de Elon Musk. 

O empreendimento foi fundada em 2021 e tem como fundadores Dr. Simon Rittmann, Dr. Guenther Bochmann e Dr. Gregor Tegl, os mesmos constuiram as bases tecnólogicas da Arkeon Biotechnologies em uma década de pesquisa. 

Quem apoiou a construção foi o grupo EVIG – sediado em Berlim — que é especialista em trabalhar com cientistas para construir startups de biotecnologia no setor alimentício. 

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*Imagem de capa da equipe da empresa: Divulgação Arkeon Biotechnologies 

Por Amanda Stucchi em 10 de março
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