Como alternativa para solucionar a escassez de gordura animal, a indústria de alimentos tem usado o óleo de palma como principal alternativa. Mas o uso do óleo de palma tem impactos ambientais e climáticos relevantes. O óleo de palma é o catalisador de uma imensa devastação de diversas florestas, principalmente no Oriente, com impactos significativos na biodiversidade vegetal e animal. O seu cultivo e exploração causa perdas nas áreas florestais e acarreta mais gases de efeito estufa lançados na atmosfera. 

Uma alternativa ao óleo de palma é a gordura cultivada da cellva ingredients. Por se tratar de gordura animal, sem abate ou sacrifício, possui um perfil químico mais estável do que a gordura vegetal e entra como uma alternativa mais sustentável e de qualidade superior ao óleo de palma. 

“Enquanto as gorduras vegetais oxidam rapidamente quando expostas à luz ou ao calor alto, as gorduras animais não se decompõem tão facilmente. Isso significa que hambúrgueres feitos com gordura cultivada podem ser cozidos com segurança em temperaturas mais altas e que mantêm a suculência após o cozimento”, explica a CSO da cellva ingredients, Bibiana Matte. 

Biotecnologia aliada ao meio ambiente 

Outro ponto crucial é o tempo. “São necessários de três a quatro anos entre o plantio, colheita e produção do óleo de palma. Nesse mesmo tempo, podemos produzir gordura cultivada aproximadamente 70 vezes mais”, aponta Bibiana. 

O óleo de palma é uma das principais matérias-primas utilizadas na produção de alimentos, como margarinas, cremes, sorvetes, biscoitos, chocolates e recheios, como substituto da manteiga de cacau e do óleo de cozinha. E a gordura cultivada pode entrar em todos estes produtos, como uma alternativa mais eficaz, sustentável e rápida. 

O mercado global de óleo de palma movimenta cerca de 22 milhões de toneladas por ano, sendo a Indonésia, a Malásia e a Tailândia os principais produtores deste tipo de gordura. Este produto também possui popularidade significativa em países africanos e sul-americanos, sendo o Brasil o 4º maior produtor global. 

Apesar da eficiência da produção de óleo de palma em comparação a outros de origem vegetal, como girassol e soja, sabe-se que o cultivo da monocultura causa impactos irreversíveis nos solos e o desmatamento de florestas nativas no Brasil e em outras partes do mundo é amplamente impulsionado para esse fim. 

A soma das plantações de palmas de óleo global resulta em uma área de 32 milhões de hectares, correspondendo a mais da metade do território da Itália. Apenas no sudeste asiático, segundo dados divulgados pela organização ambientalista e social indonésia Sawit Watch, corresponde a 22,2 milhões de hectares. Este aumento envolve grilagem e desmatamento para óleo de palma, causando o maior impacto nas áreas de floresta tropical. 

A biotecnologia proporciona a obtenção de uma gordura de qualidade superior, com menor impacto ambiental e um processo de produção mais eficiente em termos de tempo. E o meio ambiente ganha com isso, afinal, nem mesmo um hectare de terra é necessário para produzir essa gordura, com a entrega de novos lotes de produtos a cada 21 dias, em vez da espera de quatro anos.  

“Este é o impacto positivo que a cellva ingredients planeja trazer para a cadeia de abastecimento alimentar. E estamos otimistas com o que podemos produzir de forma positiva e sem perdas ao meio ambiente”, finaliza Bibiana.  

Sobre a cellva 

A cellva é a mais destacada startup da América Latina focada no desenvolvimento e produção de bioingredientes alimentares, começando pela gordura suína cultivada. É a sexta empresa no globo a investir no desenvolvimento de biotecnologia voltada para produção de gorduras e lipídios, e a primeira no hemisfério sul, sendo a única que apresentou protótipos com e sem aplicação. Sua tecnologia apresenta vários benefícios potenciais em relação aos métodos tradicionais de produção de gordura de porco, incluindo maior eficiência (tempo recorde), menor impacto ambiental e melhor perfil nutricional. Possui parcerias com empresas globais (Givaudan, GFI) e nacionais (STATE, UFPR e SLC Agrícola), além de ser parte da frente de aceleração da SCE em Munique, Alemanha. 

Imagem de capa: Unsplash

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Por Nadia Gonçalves em 8 de dezembro
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