Muitas marcas que vendem carnes animais estão aderindo à demanda mercadológica e se adentrando no ramo de produtos veganos. Empresas norte-americanas como Tyson Foods (a segunda maior processadora de carne bovina, porco e frango do mundo), Perdue Farms e Cargill estão investindo em pesquisas ou lançando os próprios produtos à base de plantas.
Agora foi a vez da brasileira Frimesa. Ela se junta às nacionais Sadia, Marfrig Global Foods e JBS-Friboi (por meio da Seara) que lançaram linhas veganas. Há quem diga que essas iniciativas não são, de fato, um avanço à causa vegan, uma vez que o especismo dessas empresas continua, porém, não tem como negar que a popularidade desse nicho aumentou.
No encalço da indústria da carne que investe em carnes vegetais, a Frimesa anunciou, recentemente, um hambúrguer à base de proteína de soja, óleo vegetal, proteína de fava e de ervilha, amido de milho, extrato de levedura e extrato de alecrim. Também contém aromatizantes, corantes (beterraba, caramelo III e páprica), espessante metilcelulose e maltodextrina.
A peça custa, em média, R$25. Pode ser encontrada em supermercados e atacadistas como o Roldão. O produto possui 14g de proteínas, 5,2g de carboidratos, 1,4g de fibras, e 400mg de sódio. Não há gordura trans.
Tendência à base de plantas
Dados do Google Trends registraram que houve um aumento de 150% nas pesquisas por “carne vegetal” no país, e houve um crescimento de 75% no número de vegetarianos de 2012 a 2019, nas regiões metropolitanas, de acordo com informações do IBOPE Inteligência. Reportagem de 2016 da Folha de S. Paulo afirma que, em média, há o crescimento de 40% do mercado vegano. Já dados da AT Kearney mostram que, em 2040, apenas 40% da carne consumida no mundo será de origem animal, sendo o restante as opções vegetais.
Essa é uma preocupação recorrente, uma vez que a agropecuária afeta negativamente o meio ambiente (no desperdício de água, desmatamento e poluição de gases do efeito estufa). O problema é bem profundo quando nos deparamos que, para um 1kg de carne, são necessários 20 mil litros de água, por exemplo. Hambúrgueres vegetais, portanto, utilizam 89% menos água e emitem 78% menos gases – sem contar que nenhum animal é abatido no processo.
Frimesa, Seara, Sadia e Marfrig, por exemplo, competem, também, com as veganas que emulam o sabor e textura animal: Fazenda Futuro, The New Butchers, Superbom, Beyond Meat, Impossible Foods, etc. – contudo, as duas últimas são norte-americanas.
O Grupo Pão De Açúcar é a rede pioneira a investir em produtos vegan friendly. Recentemente, criou um freezer intitulado “Feito de Plantas” para direcionar todos os produtos vegetais. Também lançou uma linha 100% vegana da sua marca Taeq, assim dando mais opções aos consumidores.
Todas essas iniciativas comprovam que, quem sabe, haverá um futuro mais ético e sem sofrimento animal.
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