A Plantish é uma startup israelense que lançará um filé de salmão plant-based com corte inteiro. O produto se chama Plantish Salmon™, não apresenta ossos e contém proteínas, ômega-3, ômega-6 e vitaminas do complexo B, além disso, é livre de mercúrio, antibióticos, hormônios, microplásticos e toxinas. 

O filé de salmão plant-based será lançado oficialmente em 2024

O filé de salmão plant-based será lançado em estabelecimentos pop-up selecionados até o final desse ano — as famosas lojas por tempo determinado — porém, o lançamento oficial está previsto para 2024. 

A empresa foi lançada em 2021, já tendo levantado US$ 2 milhões em uma rodada pré-seed do TechAviv Founder Partners, um fundo com 33 founders de empresas unicórnios. 

A empresa irá entrar no mercado de frutos do mar com esse futuro lançamento. Conforme o IMARC Group, o mercado de frutos-do-mar de origem animal corresponde a US$ 586 bilhões globalmente, e só nessa conta o salmão representa US$ 50 bilhões. 

Outra informação é que 80% dos peixes são consumidos de forma inteira, enquanto várias empresas de carnes alternativas oferecem versões picadas. Dessa forma, a empresa pode se destacar com a sua versão de salmão 100% à base de plantas. 

Compreendendo os danos da pesca 

O mercado de frutos do mar está aquecido, porém, também é insustentável a longo prazo. 

A questão é que 90% dos peixes marítimos já estão sofrendo com a sobrepesca, tendo sido completamente explorados, superexplorados ou esgotados, segundo uma matéria do World Economic Forum com informações da FAO.

Explicando de uma forma simplificada: os peixes completamente explorados são aqueles que a pesca está acontecendo em um nível ótimo de rendimento, ou seja, não tem espaço para se recuperar.

A palavra superexplorada quer dizer que esses animais estão sendo pescados acima do nível sustentável a longo prazo, sendo que há um risco maior de esgotamento de estoque. Já os esgotados estão abaixo dos níveis históricos de pesca, o que significa que não importa quanto o pescador se esforce, não consegue capturá-los na mesma quantidade que antes. 

Quando adicionamos o fato da população mundial estar crescendo, com previsões de atingir 10 bilhões até 2050, podemos perceber o tamanho desse problema para o meio ambiente. 

Além da crueldade animal e da provável crise no sistema alimentar, a pesca também traz o dano do plástico. 

Sabe por quê? Um estudo, feito pelos cientistas da Ocean Cleanup, apontou que 46% do plástico nas águas subtropicais entre a Califórnia e o Havaí provém das redes de pesca. Como sabemos, o plástico não só polui, como também pode matar os animais marinhos. 

Outro problema ambiental decorrido da pesca é a emissão de gás carbônico. Um estudo publicado na revista Nature demonstrou que a pesca com redes de arrasto libera o carbono localizado no sedimento do fundo do mar, isso pode aumentar a acidificação dos oceanos e a biodiversidade, sendo que a poluição é comparada as viagens aéreas. 

O cofundador e CEO da Plantish, Ofek Ron, falou em um comunicado: “Existimos para salvar os oceanos e eliminar a necessidade de consumir animais marinhos, fornecendo opções de peixes mais sustentáveis, nutritivas e deliciosas”, acrescentando: “Nossa visão é ser a marca líder mundial de frutos do mar, tudo sem prejudicar um único peixe”.

O mercado de frutos do mar alternativos

Para dar um pouco de esperança nessa situação, saiba que a indústria de frutos do mar alternativos está crescendo. 

Conforme um relatório do The Good Food Institute, que analisa o período de janeiro de 2020 até junho de 2021, esse segmento se tornará cada vez mais importante na área de proteínas alternativas. 

Realizando uma comparação, em 2017 haviam 29 empresas no mundo que elaboravam frutos do mar à base de plantas, feitos através da fermentação e de células animais, já em 2021 esse número cresceu para 87 empresas. 

Os investimentos também brilharam: as empresas de frutos do mar alternativos levantaram US$ 116 milhões só no primeiro semestre de 2021, já superando o investimento total de 2020 por US$ 26 milhões.

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*Imagem de capa: Divulgação Plantish / via Plant Based News

Por Amanda Stucchi em 14 de janeiro
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