Substituir 30% do consumo de carne por alternativas à base de plantas poderia compensar quase todas as emissões de GEE da aviação, libertar um sumidouro de carbono do tamanho da Índia e salvar todas as vacas vivas atualmente nos EUA, de acordo com um novo relatório da Profundo.
Emissões de GEE e os Benefícios da Mudança para Proteínas Vegetais
O relatório destaca os benefícios significativos de uma mudança moderada para proteínas vegetais, com foco na redução do consumo de carne bovina, suína e de frango. Uma redução de 30% nesse consumo poderia economizar 728 milhões de toneladas de CO2e anualmente, o que equivale a quase todas as emissões globais da indústria da aviação no ano anterior. Além disso, a mudança liberaria vastas áreas de terras agrícolas e água, contribuindo para a mitigação das emissões de carbono e a preservação da biodiversidade.
Impactos Ambientais e Econômicos da Mudança
O relatório ressalta os impactos ambientais e econômicos da pecuária, incluindo a intensa pressão sobre a terra, a pegada hídrica significativa e o uso excessivo de recursos naturais. Além disso, a redução de 30% no consumo de carne resultaria na economia de 18,9 km cúbicos de água, equivalente a 7,5 milhões de piscinas olímpicas por ano. A mudança também teria implicações positivas para a vida animal, salvando milhões de porcos, galinhas e vacas.
Metas de Redução de Carne Adaptadas à Região
O relatório destaca a necessidade de adaptar metas específicas de redução de carne com base no consumo e emissões de cada região. Embora o objetivo global seja reduzir o consumo de carne em 50% até 2040, as metas exatas devem ser personalizadas para regiões ou países específicos.
Desafios na Conscientização e Lobby da Indústria da Carne
O relatório aponta desafios significativos na conscientização pública e no poderoso lobby da indústria da carne. A falta de conscientização sobre o impacto da carne na mudança climática é um problema, com muitas pessoas não associando o consumo de carne à crise climática. Além disso, a indústria da carne recebe financiamento significativamente maior do que as empresas de proteínas vegetais nos EUA, o que dificulta a promoção de alternativas mais sustentáveis.
Diferenças Regionais no Consumo de Carne
O consumo de carne varia significativamente por região, com a América do Norte liderando o consumo de carne vermelha, seguida pela Europa e América do Sul. O modelo de mudança de 30% proposto no relatório se aplica principalmente a países onde o consumo de carne é superior às recomendações diárias de consumo.
Perspectivas Futuras do Consumo de Carne
O relatório ressalta a tendência de aumento no consumo de carne, com previsões de crescimento nas próximas décadas, especialmente em regiões de rápido desenvolvimento. Para atingir as metas do Acordo de Paris e combater as mudanças climáticas, a redução no consumo e na produção de carne é essencial.
Papel da Indústria Alimentar
O relatório destaca o papel das grandes empresas de alimentos na redução do consumo de carne. Ao substituir uma parte significativa das vendas de carne por alternativas à base de plantas, as empresas de alimentos e varejistas podem desempenhar um papel crucial na redução das emissões de carbono, uso da terra e uso de água.
Produção de Proteínas Vegetais
Uma das conclusões do relatório é que a produção de proteínas vegetais é significativamente mais eficiente do que a produção de carne. A mesma área de terra que pode produzir carne suficiente para 2% da população mundial pode produzir proteínas vegetais para atender a 28% da população global. Isso ressalta a importância de promover alternativas à base de plantas para garantir a segurança alimentar, proteção da biodiversidade e redução das emissões de carbono.
Mudança para Produtos de Carne Misturados e Híbridos
O relatório destaca a inovação na produção de carne misturada e híbrida, combinando carne convencional com alternativas vegetais. Essas inovações podem facilitar a transição para dietas mais sustentáveis, oferecendo uma porta de entrada para os consumidores que desejam reduzir o consumo de carne.
Papel das Empresas Alimentares na Promoção de Proteínas Alternativas
O relatório enfatiza a importância das empresas alimentares em promover proteínas alternativas, uma vez que têm um histórico de incentivar o consumo de carne. A mudança para proteínas vegetais precisa ser facilitada por meio de políticas públicas, incentivos e estratégias de negócios que tornem as alternativas à base de plantas tão acessíveis, saudáveis e econômicas quanto os produtos de carne.
Conclusão
O relatório destaca a importância da redução do consumo de carne e da transição para proteínas vegetais como uma estratégia fundamental para reduzir as emissões de GEE e assim combater as mudanças climáticas, preservar recursos naturais e proteger a biodiversidade. É essencial que governos, empresas de alimentos e consumidores colaborem para promover alternativas sustentáveis e garantir um futuro mais saudável para o planeta.
Essa notícia foi originalmente publicada na GreenQueen
Imagem de capa: Unsplash
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