Você já se perguntou qual a relação entre a nossa alimentação e a mudança climática?

Desde a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1992 no Rio de Janeiro, países do mundo todo têm se dedicado a enfrentar a crise climática.

Desde então, 27 COPs aconteceram em diferentes países, resultando em compromissos globais como o Protocolo de Quioto, o Acordo de Paris, o Acordo de Copenhague, entre outros.

No dia 16 de março é comemorado o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas! Dessa forma, é importante refletir sobre o impacto dos sistemas alimentares no agravamento da mudança climática. O tema surgiu pela primeira vez na COP 27, realizada em 2022 no Egito, e segue como ponto-chave para alcançar as metas antes do colapso planetário. Sistema alimentar sustentável é a chave para frear a crise climática

O tema surgiu pela primeira vez na COP 27, realizada em 2022 no Egito, e assim continuará sendo ponto-chave para garantir que as metas climáticas sejam alcançadas.

Mudança alimentar para frear a crise climática

Nos últimos anos, desastres naturais, desmatamento recorde da Amazônia e do Cerrado, pandemia da Covid-19, entre outros eventos, evidenciaram a fragilidade dos nossos sistemas, principalmente o alimentar. Dessa forma, sabemos que o sistema atual não é capaz de suprir a necessidade de toda a população global, não garante a segurança dos alimentos, facilita a transmissão de doenças, explora animais, uriliza muitos recursos naturais e é o setor econômico que mais emite gases do efeito estufa na atmosfera.

Contudo, a transição energética costumava ser o foco dos debates sobre o clima. Apenas agora, a devida importância está sendo dada sobre a relação da transição alimentar com o nosso meio ambiente. Mostrando assim, que uma alimentação à base de plantas é capaz de atenuar e até reverter a atual crise climática.

Dados sobre o impacto da produção de proteína

1 – Aproximadamente 88 bilhões de animais são abatidos para consumo humano todos os anos, dos quais mais de 6 bilhões são feitos no Brasil.

2 – Antes de se tornarem alimento, esses animais precisam de um lugar para viver, comida e água. Cerca de 70% das terras agrícolas são destinadas à produção de alimentos para animais, assim como 30% é usada para criação de animais.

3 – Em 2022, o Brasil voltou ao mapa da fome. São mais de 33 milhões de pessoas vivem em situação de insegurança alimentar. Em todo o mundo, 2,3 bilhões de pessoas (29,3%) enfrentam insegurança alimentar moderada ou grave e 9,8% passam fome. Hoje, 25% da população global não têm acesso à água potável e esse problema deverá afetar 3,5 bilhões de pessoas (43%) até 2025.

4 – O sistema alimentar atual é responsável por 34% de das emissões de GEE, já a proteína animal, sozinha, gera mais da metade dessa quantia.

5 – Práticas de expansão agrícola, construção de estradas, hidrelétricas e mineração fizeram o Brasil perder 513 mil km² (6%) de áreas verdes nos últimos 20 anos. O país é o que mais perdeu área verde em 2021 (1,548.657 hectares).

Proteínas alternativas na alimentação

Durante a COP 27, um espaço foi inteiramente dedicado a discutir a importância da alimentação no enfrentamento da crise climática.

O Food System Pavilion foi resultado de um trabalho articulado de 9 organizações, com o objetivo de levantar a pauta ao lugar onde acontecem negociações internacionais sobre o clima, apresentando soluções e firmando compromissos para cumprir as metas do Acordo de Paris.

O GFI estará presente na COP 28, em Dubai este ano, com objetivos ambiciosos, focado em ampliar a exposição do setor de proteínas alternativas.

Proteínas alternativas

1 – A carne cultivada produzida com energia renovável reduz os impactos do aquecimento global em 17%, 52% e 85% a 92% em comparação à produção convencional de frango, porco e boi, respectivamente.

2 – A carne cultivada é 3,5 vezes mais eficiente do que o frango convencional na conversão de ração em carne.

3 – A produção de carne cultivada reduz o uso da terra entre 63% a 95%.

4 – A carne cultivada é menos poluente, apresentando uma redução de 29% a 93%, em comparação com a carne convencional e usa menos água, redução de 51% a 78%, em comparação a produção convencional de carne bovina.

5 – Para um sistema alimentar plant-based, seria necessário apenas 7% das terras do planeta.

6 – Uma alimentação vegetal pode reduzir a emissão de gases de efeito estufa em cerca de 80%.

7 – Substituir a carne de origem animal por alternativas, forneceria de 14 a 20% da mitigação de emissões que o mundo precisa até 2050.

8 – A eficiência de alimentação vegetais e cultivadas precisa de até 99% e 95% menos solo, respectivamente, em relação à carne bovina.

9 – As proteínas alternativas reduzem em até 91% a poluição dos oceanos e poupam outros recursos aquáticos, uma vez que precisam de até 99% menos água do que a carne animal.

Proteína alternativas no sistema alimentar

As proteínas alternativas devem fazer parte do setor de alimentos com o objetivo de garantir maior resiliência ao sistema alimentar e evitar a crise do clima.

No Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, a GFI reforça o compromisso de tornar a produção de alimentos mais sustentável, segura, justa, saudável, bem como acessível.

É importante lembrar que a nossa comida está diretamente ligada a crise climática. Ou seja, o que colocamos no nosso prato é crucial para o futuro do nosso planeta!

O GFI irá contribuir em todas as frentes, ajudando a apresentar, viabilizar e implementar soluções. Neste ano, na COP 28, também vamos mostrar o papel crucial do Brasil, que será palco da COP 30 em 2025, no cenário ambiental.

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Imagem ilustrativa de capa: Pexels

Por Ana Cristina Gomes em 17 de março
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