As dietas à base de plantas têm sido amplamente reconhecidas por seus benefícios na prevenção de doenças cardiovasculares em adultos no geral. No entanto, há uma carência de evidências específicas sobre como essas dietas podem impactar o risco de desenvolver distúrbios hipertensivos na gravidez. Um estudo recente publicado no American Journal of Obstetrics and Gynecology lançou luz sobre esse impacto potencial. Os autores se propuseram a avaliar a associação entre a adesão a uma dieta baseada em plantas antes da gravidez e o risco de distúrbios hipertensivos na gravidez, com a hipótese de que mulheres que aderem a uma dieta plant-based têm um risco reduzido de desenvolver a condição.

O estudo abrangeu um grupo de 11.459 mulheres grávidas. Todas essas mulheres não apresentavam doenças crônicas, histórico de pré-eclâmpsia e câncer, sendo participantes do Nurses’ Health Study II, um estudo de coorte prospectivo que ocorreu de 1991 a 2009. A dieta das participantes foi avaliada a cada 4 anos, por meio de questionários de frequência alimentar validados. A partir dessas avaliações, os pesquisadores calcularam o Índice de Dieta Baseada em Vegetais, onde pontuações mais altas indicam maior adesão à dieta baseada em plantas. Além disso, a qualidade dos alimentos à base de plantas também foi levada em consideração. As mulheres relataram casos de distúrbios hipertensivos na gravidez, que incluem pré-eclâmpsia e hipertensão gestacional. O estudo utilizou equações estatísticas ajustando para possíveis fatores de confusão e considerando múltiplas gestações na mesma mulher.

Os resultados revelaram que a idade média na primeira gravidez do estudo foi de 35 anos. Durante o período, foram registrados 1.033 casos de distúrbios hipertensivos na gravidez, sendo 482 casos de pré-eclâmpsia (2,9%) e 551 casos de hipertensão gestacional (3,3%). Mulheres que relataram maior adesão à dietas plant-base tiveram um risco significativamente menor de desenvolver os distúrbios, em comparação com aquelas com menor adesão. O estudo também demonstrou uma relação dose-resposta inversa entre a adesão à dieta plant-based e o risco de distúrbios hipertensivos na gravidez.

Uma análise estatística realizada no estudo sugeriu que o índice de massa corporal (IMC) avaliado entre a avaliação dietética e a gravidez explicou 39% da relação entre adesão à dieta baseada em vegetais e os distúrbios hipertensivos em geral e 48% da relação entre adesão à dieta plant-base e hipertensão gestacional. Isso sugere que o controle de peso é um fator relevante nessa associação.

Em resumo, os resultados deste estudo indicam que uma maior adesão a dietas à base de plantas antes da gravidez está associada a um menor risco de desenvolver distúrbios hipertensivos na gravidez. Além disso, uma parte substancial desse benefício parece estar relacionada ao melhor controle de peso proporcionado por essa dieta. Essas descobertas enfatizam a importância da dieta na saúde materna e destacam a necessidade de promover escolhas alimentares saudáveis, baseadas em plantas, especialmente entre as mulheres que planejam engravidar.

Investir na promoção de dietas à base de plantas pode ter implicações significativas para a saúde da mãe e do bebê durante a gravidez.

Imagem de capa: Pexels

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