Já imaginou se uma roupa rasgada tivesse a capacidade de se consertar sozinha? Isso pode ser possível, com um couro vegano feito de micélio!

Pesquisadores relatam no Advanced Functional Materials, que uma equipe produziu um couro vegano auto-recuperável, o tecido é feito a partir de micélio, com base em interações anteriores do material, é possível que ele se conserte.

Couro vegano

O couro de micélio já é um produto em ascensão, porém sua produção atualmente impede o crescimento de fungos. Elise Elsacker e sua equipe conjecturam que, mediante a realização de ajustes nas condições de produção, o micélio poderia preservar sua habilidade de se regenerar após sofrer danos.

De acordo com Valeria La Saponara, engenheira mecânica e aeroespacial da Universidade da Califórnia, essa abordagem pode servir de inspiração para outros pesquisadores que tentam entrar no mercado de couro de micélio.

Elsacker, bioengenheira cultivou, junto com sua equipe, micélio em uma solução rica em proteínas, carboidratos e outros nutrientes. Uma camada de pele se formou na superfície, os cientistas removeram, limparam e secaram para produzir um material semelhante ao couro. Para formar o couro, eles utilizaram temperaturas e produtos químicos suaves o suficiente, preservando as partes resistentes do fungo. Deixaram adormecidos os clamidósporos, pequenos nódulos no micélio que têm capacidade de se regenerar e produzir mais micélio em condições sustentáveis.

Reparação própria

Após realizar furos no couro, os pesquisadores imergiram o tecido em um líquido semelhante ao utilizado para cultivar o micélio, a fim de reviver os clamidósporos. Com o tempo, o micélio voltou a crescer nas áreas perfuradas. Após a identificação, as áreas verificadas demonstraram resistência às áreas não danificadas. Contudo, ainda era possível notar as marcas de reparo em um dos lados do couro.

De acordo com Martyn Dade-Robertson, coautor do estudo e codiretor do Centro de Biotecnologia no Ambiente Construído em Newcastle upon Tyne, a técnica poderá ser comercializada na próxima década, indo além de uma simples prova de conceito. No entanto, a equipe precisará fortalecer ainda mais o couro e desenvolver maneiras de controlar o crescimento dos clamidósporos. Caso contrário, ele alerta que pode haver o risco de que alguém, ao sair na chuva, possa se deparar com uma jaqueta em crescimento ou cogumelos saindo dela.

E. Elsacker/ Materiais funcionais avançados, 2023

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Por Ana Cristina Gomes em 25 de abril
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