Brasileiros estão seguindo as tendências mundiais e a preferência por alimentos à base de plantas está tornando esse negócio cada vez mais atrativo, tanto para pequenos produtores e empreendedores, quanto para grandes player já consolidados no mercado. Nesse sentido, marcas que até então processavam exclusivamente proteína animal entram em jogo e lançam linhas de carne vegetal, que prometem agradar ao paladar de norte a sul do país.

De acordo o Google, as buscas pelo termo “carne vegetal” na internet cresceram 150% nos últimos quatro anos. Atentos à essa tendência e inspirados pela mudança global, a indústria alimentícia utilizou de avançadas tecnologias para atender a esse mercado em ascensão. Assim, o que parecia uma coisa totalmente futurística, produtos com sabor e textura de idênticos aos de carne sem nenhum ingrediente de origem animal e com um mínimo impacto para o meio ambiente, já são realidade.

O mercado de proteína no Brasil

As duas maiores empresas de carne bovina do mundo, JBS e Marfrig, bem como a maior exportadora mundial de carne de frango, BRF, estão no Brasil. 

O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de carne do mundo, considerando apenas a produção de carne vermelha, os números chegam a ser impressionantes:

  • 44.23 milhões animais abatidos;
  • 10.96 milhões de toneladas de carne;
  • 2,21 milhões de toneladas exportadas.

No entanto, embora o país, que está em pé de igualdade com os Estados Unidos em termos de consumo per capita de carne vermelha, começa vivenciar uma mudança geral de demanda e oferta, que evoca ao consumo de carne vegetal. 

Porquanto, o crescimento do número de indivíduos preocupados com a saúde e com os impactos ambientais de seus hábitos de consumo afeta diretamente a indústria de alimentos, que começa a apostar na produção de carne à base de plantas.

Quando os maiores produtores de carne do Brasil – e do mundo – começam a produzir carne vegetal, é um importante sinal de mercado. De fato, o mercado de carne à ase de plantas está constantemente ganhando força em todo o Brasil. Vimos uma enorme quantidade de crescimento nessa categoria nos últimos meses e o cenário é animador.

Mafrig, Burguer King e o Rebel Whopper

Primeiramente, a Marfrig é uma das grandes líderes globais em produção de carne bovina e a maior produtora de hambúrguer no mundo. Recentemente, esta que é uma das maiores fornecedoras de ingredientes alimentícios do mundo, passou a produzir em larga escala seu hambúrguer 100% vegetal, com sabor e textura análogas ao da carne, o que revolucionou esse mercado no Brasil.

Como resultado, o produto foi desenvolvido a partir de uma receita exclusiva feita especialmente para o Burger King Brasil, que tem no país um de seu maiores mercados. Mas não para por aí, a Mafrig está desenvolvendo sua carne vegetal suína, que em breve também entrará no mercado brasileiro.

BRF Sadia Veg&Tal

Do mesmo modo, a BRF, por meio da marca Sadia, anunciou recentemente a sua nova linha de produtos Veg&Tal, que é elaborada à base de vegetais e temperos naturais. 

A nova linha Sadia Veg&Tal é composta por hambúrguer, bacon e nuggets à base de vegetais e uma torta de massa de iogurte, em dois novos sabores: espinafre com ricota e brócolis com requeijão. Com o intuito de incentivar a experiência de provar os novos produtos feitos à base de vegetais a empresa investe em marketing.

Com efeito, a BRF é uma das maiores companhias de alimentos do mundo e está presente em mais de 140 países. Tradicionalmente, a empresa é uma das maiores processadoras de proteína animal do globo e sua entrada no mercado de produtos veganos reforça a importância deste mercado para a economia mundial.

JBS Seara Incrível Burguer

Da mesma forma, a JBS, considerada maior produtora de carne do mundo, não ficou atrás e também lançou um hambúrguer de origem vegetal no Brasil, o Incrível Burguer. Através da marca Seara, a empresa está antenada nas tendências de mercado. 

O novo hambúrguer, vendido sob a marca Seara, é feito de soja, trigo, alho, cebola e beterraba. A marca promete surpreender com textura e sabor de carne, portanto, mais uma vez o foco da empresa são pessoas que gostam de comer carne, mas buscam por opções mais sustentáveis.

O que esperar

A redução no consumo de proteína animal no dia a dia passou a fazer parte de uma agenda necessária em todo o planeta. Neste cenário, o lançamento de linhas de carne vegetal que prometem características idênticas às da versão animal parece ser uma estratégia um tanto inteligente para atender a uma emergência global. 

As gigantes do mercado, com suas tecnologias e capital para investimento, tem todo o aparato necessário para ganhar força comercial, principalmente, entre pessoas que desejam reduzir o consumo de carne animal, mas não pretendem aderir ao estilo de vida vegano.

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Por Nadia Gonçalves em 21 de março
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