A Mermade Seafoods, empresa israelense de vieiras cultivadas, fundada por Daniel Einhorn (CEO), Dr. Rotem Kadir (CTO) e Dr. Tomer Halevy (COO) em 2021, levantou US$ 3,3 milhões em uma rodada seed, com o apoio de investidores como Fall Line, Sake Bosch e OurCrowd.
O objetivo é utilizar o investimento para contratar pesquisadores de células troncos e algas e acelerar seu desenvolvimento, visando produzir em escala laboratorial até o ano de 2023. Já pensando na escala comercial, conforme relatou Daniel Einhorn ao The Spoon, visam esse marco em cinco anos, apesar de enfatizar que ainda é difícil responder.
As vieiras cultivadas
As vieiras são molúsculos, por isso, a empresa produz os produtos dessa maneira: selecionam as conchas de melhor qualidade e coletam uma amostra de células, após isso, as mesmas são cultivadas em um ambiente nutritivo onde se transformam nas vieiras, por último, as vieiras cultivadas frescas são colhidas, preparadas e embaladas para o consumo.
“Nossa abordagem permite a produção em massa de frutos do mar cultivados usando um processo de fermentação sustentável e reciclável que resulta em produtos de frutos do mar ricos em proteínas limpas, saudáveis e sustentáveis, trazendo segurança alimentar para as gerações futuras”, comentou a empresa em sua página.
Pensando no preço da vieira tradicional – produto considerado caro – a paridade de preços com o uso da tecnologia de cultivo celular poderá ser mais realista do que outros produtos com o valor de origem animal mais baixos.
A empresa informou que é a primeira produzido vieiras cultivadas, sendo assim, outra vantagem da empresa é que a maioria das marcas de carne cultivada comercializam produtos como carne, frango e frutos do mar conhecidos, tendo como benefício oferecer um alimento que a maioria não disponibiliza.
Até o momento, apenas Singapura aprovou a venda de carne cultivada, porém, outros países já estão com processos em seus órgãos regulatórios. Além disso, nesse ano a Holanda legalizou a degustação de carne cultivada sob condições controladas.
Investimentos em frutos do mar alternativos
Os frutos do mar alternativos obtiveram US$ 178,2 milhões nos primeiros seis meses de 2022, segundo relatou o portal Fishfarmingexpert, com informações do PitchBook – empresa que fornece dados financeiros – o relatório incluiu os produtos cultivados, plant-based e feitos por meio da fermentação. Portanto, podemos perceber que os investimentos no setor estão aquecidos.
Apesar do Brasil ainda não ter um empreendimento voltado especificamente para vieiras cultivadas, já temos no país a Sustineri Piscis, que conseguiu fazer cinco espécies de peixe como garoupa, cherne, robalo e linguado. Esse ano a empresa conquistou um investimento pré-seed de valor não divulgado da Frescatto, afirmando após o aporte que tem um valuation de R$ 25 milhões. Seu plano é realizar uma rodada de R$ 30 milhões em 2023.
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*Imagem de capa: Divulgação Mermade Seafoods