O mercado de carne cultivada atingirá US$ 517 milhões até o ano de 2030, crescendo a um CAGR acima de 16% durante o período (2022-2030), segundo uma pesquisa do Acumen Research and Consulting.

Atualmente, o produto é vendido apenas em Cingapura por conta das aprovações regulatórias, porém, ao visualizar os dados esse setor se mostra promissor. Para ter uma ideia, a instituição também apontou que o mercado está avaliado em US$ 134 milhões em 2021. 

Mercado de carne cultivada até 2030

“A necessidade de uma alternativa de carne viável e sustentável nunca foi tão alta, com alta demanda por carne, número crescente de clientes de classe média e uma população mundial aumentando. As tecnologias de carne cultivada apresentam uma oportunidade única para o negócio global de agricultura reduzir as emissões de carbono e, ao mesmo tempo, oferecer um produto acessível, sustentável e ético”, escreveu o Acumen Research and Consulting

O que impulsiona o segmento? O aumento do consumo de carne, bem como a busca por um estilo de vida mais sustentável que dependa menos das proteínas de origem animal. Aqui vale destacar que a carne cultivada continua sendo carne, porém, é produzida sem o abate do animal. 

Pensando nos fatores restritivos, a empresa de pesquisa relatou a concorrência das alternativas à base de plantas e as diretrizes regulatórias rígidas referente a produção de carne cultivada. 

Como curiosidade, é possível citar que as carnes de frango cultivados tinham uma participação significa. A razão é que a carne de frango é consumida em maior proporção, caso compararmos com as outras. Também é mencionado que os nuggets conseguiram uma participação notável no setor no ano passado, entretanto, os hambúrgueres terão a taxa de crescimento mais rápida durante todo o período (2022-2030). 

Análise regional 

De acordo com a instituição, o mercado que teve a maior participação foi a América do Norte em 2021. As razões para isso são as seguintes: 

  • Aumento da urbanização. 
  • Avanços tecnológicos crescentes na área de cultura de células. 
  • Maiores atividades de pesquisa e desenvolvimento. 
  • Presença de players internacionais na região. 
  • Parte da população americana modificou sua dieta para alternativas de carne devido aos benefícios. 

Principais players do setor 

O Acumen Research and Consulting apontou as seguintes empresas como as principais desse mercado: 

  • Aleph Farms. 
  • BlueNalu. 
  • Eat Just. 
  • Finless Foods. 
  • Future Meat Technologies Ltd. 
  • Higher Streaks. 
  • Just, Inc.
  • Meatable. 
  • Memphis Meats. 
  • Mosa Meat. 
  • New Age Meats. 
  • Shiok Meats.

Porém, existem diversas empresas nesse setor! Outro exemplo é a Wildtype, empresa localizada nos Estados Unidos que produz frutos do mar cultivados, tendo conquistado US$ 100 milhões em uma rodada da Série B no começo desse ano. 

“À medida que os consumidores continuam procurando opções de frutos do mar mais sustentáveis, a Wildtype é uma marca que se destaca por sua tecnologia e qualidade do produto. Estamos à beira de uma revolução de consumo em torno de proteínas cultivadas […]”, apontou Jon Owsley, sócio-gerente da L Catterton (empresa investidora), em um comunicado

Aqui no Brasil também temos a Ambi Realfood, fundada por Bibiane Matte que também é diretora científica da Núcleo Vitro, especializada em testes in vitro. Considerada a primeira startup de carne cultivada brasileira, o projeto conquistou investimento ao vencer o edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) em 2020, onde obteve R$ 200 mil.

Outra iniciativa é a Sustineri Piscis, foodtech brasileira de peixe cultivado, o negócio recebeu um investimento pré-seed de valor não divulgado da empresa de pescados Frescatto. A rodada ocorreu no começo desse mês, com a empresa passando a ter um valuation de R$ 25 milhões. Isso significa que o negócio poderá fazer uma rodada de R$ 30 milhões em 2023!

No momento, a marca consegue produzir cinco tipos de peixes: linguado, garoupa, tainha, cherne e robalo, com o objetivo de produzir um nugget de peixe até o final de 2022. Portanto, podemos esperar mais novidades do ecossistema brasileiro de carne cultivada!

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*Imagem de capa: Wildtype, CC-BY / via Recursos GFI

Por Amanda Stucchi em 20 de junho
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