A Sustainable Ingredients da Upgrain, startup suíça especializada na transformação de subprodutos da indústria cervejeira em matéria-prima sustentável para proteínas vegetais, está atualmente em processo para expandir suas operações para o Brasil.

A empresa planeja trazer sua tecnologia inovadora ao mercado brasileiro, aproveitando os recursos disponíveis na indústria cervejeira local para produzir ingredientes inteligentes. Essa iniciativa tem o potencial de fortalecer a cadeia de valor do setor de alimentos e promover práticas mais ambientalmente conscientes no Brasil.

Proteínas vegetais da cerveja

Durante o Web Summit Rio, a empresa teve a oportunidade de apresentar ao público a sua solução inovadora. Além disso, o Upgrain já está em processo de negociação com importantes players da indústria alimentícia no Brasil, como BRF e Nestlé, demonstrando o interesse dessas empresas em adotar ingredientes sustentáveis em suas cadeias de produção. A startup também está negociando com produtores de cerveja, explorando oportunidades de parceria nesse setor específico.

A empresa busca atender à crescente demanda por opções saudáveis à base de plantas, impulsionando a transição para uma economia alimentar sustentável e circular. A abordagem da Upgrain envolve um processo exclusivo de separação e secagem da cevada, permitindo a receita das propriedades-chave que serão transformadas em matéria-prima utilizável. Essa técnica inovadora permite aproveitar ao máximo os subprodutos da indústria cervejeira, garantindo que nenhum recurso seja potencializado. Ao transformar essas propriedades em ingredientes ecológicos, o Upgrain contribui para a redução do desperdício e promoção de uma produção de alimentos mais consciente e ecologicamente responsável.

Método de produção

O método de beneficiamento dos resíduos da indústria cervejeira desenvolvido pela Upgrain apresenta uma redução de até 60% nos impactos ambientais da produção, quando comparado a alternativas convencionais. Considerando que o Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja no mundo, estima-se que a indústria gere 2 milhões de toneladas de resíduos. Inicialmente, a Upgrain importará o produto resultante do beneficiamento da Suíça para o Brasil, com o intuito de estabelecer uma estrutura de produção localizada no território brasileiro. Essa expansão visa a otimização da cadeia produtiva, buscando beneficiar diretamente o mercado brasileiro e reduzir os custos associados à importação.

O Brasil desempenha um papel estratégico em várias áreas. Em primeiro lugar, destaca-se pela sua produção agrícola altamente relevante em nível mundial. O país é um dos principais produtores de cerveja e se destaca no setor de alimentos, devido ao crescimento da indústria de proteínas vegetais. Nesse contexto, a Upgrain busca atuar como uma ponte entre os negócios locais de produção cervejeira e a indústria que pode se beneficiar do uso da farinha proteica desenvolvida a partir dos resíduos cervejeiros. Eduard Müller, diretor comercial da Upgrain, enfatiza a importância dessa conexão, visando aproveitar a expertise e os recursos existentes no mercado brasileiro para acompanhar o uso sustentável dos subprodutos da indústria cervejeira.

Inovação

A Upgrain, desenvolveu três produtos distintos a partir dos resíduos da indústria cervejeira. O primeiro deles é a proteína de cevada, rica em antioxidantes e aplicada em produtos que substituem a carne animal. Em seguida, temos a farinha de cevada, ideal para a produção de pães e massas. Por fim, a fibra de cevada, um concentrado de fibra funcional com um nível de pureza de até 70%, utilizada na produção de diversos tipos de lanches, pode agregar valor nutricional e promover uma alimentação equilibrada.

A estratégia de upcycling empregada pela Upgrain não se limita apenas à produção desses produtos. Ela também teve com sucesso no desenvolvimento de cereais, pizzas, molho bolonhesa vegano, assim como outros alimentos, demonstrando a versatilidade e potencial da matéria-prima.

A abordagem sustentável da empresa fornece uma solução eficaz para reduzir o desperdício e maximizar o valor dos subprodutos, divulgação de alimentos saudáveis e conscientes.

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Por Ana Cristina Gomes em 29 de maio
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